Cotidiano

Trabalhadores protestam contra fechamento de unidade da Usiminas em Cubatão

Redação DM

Publicado em 11 de novembro de 2015 às 10:13 | Atualizado há 9 meses

Da Agência Brasil

Trabalhadores e sindicalistas fazem desde o início da manhã de hoje (11) uma manifestação contra o fechamento da unidade da Usiminas, em Cubatão, na Baixada Santista. O protesto ocorre em frente à unidade. Os manifestantes tentaram impedir a entrada dos ônibus com trabalhadores e a Polícia Militar (PM) usou bombas de efeito moral para dispersar o grupo. A Tropa de Choque a Cavalaria da PM continuam no local.

No final de outubro, a direção da Usiminas anunciou que iria desativar temporariamente as áreas primárias do complexo industrial da empresa, em Cubatão. Com isso, 4 mil postos de trabalho diretos e indiretos serão fechados, conforme a Usiminas. O Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista estima a demissão de até 8 mil trabalhadores.

Em apoio à manifestação dos trabalhadores, a Prefeitura de Cubatão alterou o horário de expediente nas repartições públicas, que funcionarão, excepcionalmente, hoje das 8h às 11h. Um ato organizado por sindicatos e centrais sindicais será realizado, às 11h, na frente da prefeitura.

Usiminas

Em relação à manifestação de hoje na porta da unidade, a empresa informa que a “Justiça do Trabalho garantiu, em decisão proferida ontem, o direito à livre manifestação sindical desde que os sindicalistas manifestantes não impedissem o acesso dos empregados à usina. Em virtude disso, a Usiminas lamenta que o cumprimento desta decisão tenha sido possível apenas depois da intervenção da Polícia Militar, que garantiu a entrada dos empregados e a operação normal da usina.  A Usiminas entende a gravidade do momento, mas acredita que a tentativa frustrada de impedir o acesso à usina por parte de sindicalistas em nada contribuirá para a solução dos problemas relacionados à queda progressiva do mercado de aço e dos gargalos de competitividade de nosso país, fatores que estão na base da decisão de se desativar temporariamente as áreas primárias da Usina de Cubatão”.

Em outubro, quando anunciou o encerramento da unidade, a Usiminas disse que a decisão estava relacionada à queda no consumo de aço no país.“A decisão de desativar temporariamente parte da Usina de Cubatão se baseia em contexto de muitos desafios. Em nível mundial, o excesso de capacidade produtiva de aço já é da ordem de 700 milhões de tonelados e os patamares de preço encontram-se depreciados, sem perspectivas de recuperação consistente. Já no plano doméstico, números preliminares do Instituto Aço Brasil indicam queda no consumo aparente de aços planos de 14% neste ano em relação a 2014 e de 22% em relação a 2013, refletindo a atual crise econômica e a perda de participação da indústria de transformação no PIB brasileiro. Com isso, a siderurgia brasileira tem operado com um nível de capacidade instalada da ordem de menos de 70%. Somam-se os elevados custos de produção e a falta de isonomia competitiva frente à concorrência desleal do aço importado, notadamente da China”, disse o comunicado.

Um dos altos-fornos da siderúrgica foi desligado em maio deste ano e o laminador de chapas grossas em setembro. A companhia estima que o processo de suspensão das atividades leve de três a quatro meses para ser concluído. Com isso, a produção primária de aço deve ser concentrada na unidade da empresa em Ipatinga (MG).

Editor Carolina Pimentel

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