Executar é gestão
Redação DM
Publicado em 10 de novembro de 2015 às 22:01 | Atualizado há 10 anos“Atualmente, a diferença entre uma empresa e sua concorrente é cada vez mais a habilidade de executar.” Charam e Bossidy.
Em continuação ao tema gestão de carreiras, já abordados em assuntos anteriores, refletir sobre esse questionamento nos faz com que nossa mente viaje numa amplitude maior; aliás, essa é uma pergunta que sempre faço e pasmem! a maioria das respostas que recebo são diretamente relacionadas a “questão comportamental”.
Ram Charam(consultor de Ceos – professor em Harvard), é bem categórico ao afirmar que incontroláveis empresas estão aquém de seu potencial por causa da má execução. A execução de um plano é fundamental para que as empresas (grandes ou pequenas), atinjam seus resultados esperados. A execução nos mostra que executar não é somente apenas algo que se consegue ou não se consegue fazer; é um conjunto específico de comportamentos e técnicas que as empresas precisam dominar para terem vantagens competitivas. É parte integrante da estratégia e a principal tarefa de um líder.
Vamos analisar: por que bons planos estratégicos desenvolvidos por excelentes profissionais não conseguem ser implementados corretamente, ou trazer bons resultados? Através desta constatação e de uma análise permeada de bons exemplos práticos, vários autores apontam o caminho da “Execução – disciplina”, para atingir os resultados.
Para executar, temos três processos-chave de disciplina de execução: pessoas, processos e operações.
Processo de Pessoal – é o mais importante para criar uma cultura voltada à execução. É tão comprometedor que, caso você não consiga fazer com que ele funcione, dificilmente conseguirá realizar todo o processo do seu negócio. Praticá-lo, será possível realizar três grandes coisas: a) Avaliação das pessoas de forma precisa e profunda, ou seja, com base na contribuição delas para atingirmos as metas; b) Um modelo para identificar e desenvolver os talentos em termos de liderança (em todos os níveis e de todos os tipos a organização precisará deles hoje e amanhã; c) Apoio no Pipeline de liderança, que é um plano detalhado e efetivo para desenvolver líderes. No bom resumo: é unir estratégia e operações.
Processo de estratégia – como eu já disse, pouco vai adiantar ter desenvolvido a melhor estratégia, se as organizações não aprofundarem nos “como”. Ram Charam, nos reforça que um bom plano estratégico aborda as seguintes questões: qual a melhor avaliação do ambiente externo? Qual o grau de entendimento sobre os nossos clientes e mercados? Qual a melhor forma de fazermos o negócio? Como a empresa pode executar a estratégia? A curto e longo prazo, estão equilibrados? Quais os principais problemas que a empresa enfrenta? Como os negócios vão gerar um lucro numa base sustentável? Creio ser um bom questionário para testar a estratégia proposta. Faz-se necessário encarar os desafios críticos de frente. É preciso fazer da estratégia a sua causa. No bom resumo: é unir as pessoas e as operações.
Processo de Operações – parece que não, mas muitas vezes escuto e na prática tenho visto comprovações que quando uma empresa tem problemas operacionais, simplesmente, não sobrará tempo para dedicar à estratégia. Logo, o autor sugere que deve-se desenvolver um processo operacional consistente,centrado em um plano operacional que ligue estratégia e pessoas aos resultados. O plano operacional nos informa o caminho; é ele quem decomporá os resultados de longo prazo, em metas de curto prazo; já que inclui programas necessários para serem executados em um ano; para atingir os níveis desejados de metas como: lucros, vendas, margens e fluxo de caixa. No bom resumo: é unir estratégia e pessoas.
Para finalizar esta análise, e iniciar a ação tão deseja, somente quando alinharmos o comportamento e o desempenho poderemos obter sucesso no presente e no futuro. Por mais óbvio que este processo seja, é o mais desafiador a ser encarado pelos gestores e líderes. Até os próprios criadores do BSC, afirmam que os gerentes de hoje reconhecem o impacto dos indicadores sobre o desempenho e a produtividade. É uma questão de mensuração eficaz como parte integrante deste processo gerencial.
Se juntarmos monitoramento e avaliação de desempenho e a ponderação comportamental de cada gestor, teremos um poderoso desenvolvedor de cultura, unindo performance e desenvolvimento da liderança. Um bom líder terá um olho para acompanhar o desempenho e o outro para observar e orientar o comportamento de sua equipe.
Juntem forças e dediquem-se de corpo e alma a desenvolver o hábito de monitorarem e construírem um diálogo contínuo e consistente com os demais membros da sua equipe. Façam reuniões mensais de análise estratégica. Assumam e responsabilizem os demais pelos resultados. Acompanhe os projetos, planos de ações e decisões tomadas (para que elas não morram sufocadas, ou sejam perdidas no dia a dia). Deem feedbacks e apoio irrestrito à sua equipe. Procurem desenvolver o ser humano por completo. Isso é: executar. Fazendo disso uma prática, você líder! conduzirá sua empresa, equipe ou profissão a um nível maior, o qual conhecemos como “Excelência”, tema futuro.
Queridos leitores, só depende de nós começarmos esta mudança! Como líderes, somos responsáveis por ações de melhorias no ambiente de trabalho. E vamos à luta!
(Cezar Tadeu S.Veiga. Bel. Administração de Empresas. Docente universitário. [email protected].)