Jesus Cristo “formou-se” no Egito?
Diário da Manhã
Publicado em 10 de novembro de 2015 às 00:37 | Atualizado há 9 anosAngario ferozes inimigos quando este matutino vanguardista publica meus artigos sobre Jesus Cristo. A ferocidade deles suplanta a ferocidade das feras das selvas e dos mares e, se pudessem, garanto – porque de vez em quando vejo estampado em seus olhos – me queimariam numa grande fogueira, em praça pública, com muita festa e gritos de júbilos a Deus, a Jesus e aos milhares de santos e tudo isso, “simplesmente”, porque nunca leram “realmente” os evangelhos e, por incrível que pareça – e só não juro porque Jesus Cristo proibiu que jurássemos – eu tenho pena deles porque “nem sabem o que fazem” porque não conseguem compreender que não altera em nada a minha crença em Jesus Cristo o fato dele ter ou não ter ido para o Egito ou Índia; se foram três, doze ou vinte o número de magos ou astrônomos que foram visita-lo; se o galo cantou duas ou três vezes; se foi pregado na cruz ou num poste; enfim…
Lembrei-me que outro dia um senhor que me conhece desde moleque me falou baixinho, em tom confidencial: “Henrique tá todo mundo lendo a Bíblia de maneira errada. O padre falou que temos que ler dez vezes cada palavra.” Eu já li centenas de vezes o mesmo versículo, o mesmo capítulo para um artigo ou palestra, mas, a mesma palavra? Resolvi não questioná-lo, ainda mais que ostenta a barba branca mais cumprida daqui do “setor” e, lógico, o mais importante, estava repleto de boas intenções.
Como havia mencionado, o relato bíblico, ou seja, os evangelhos, não informam o número ou a quantidade de “Reis Magos” que visitaram Jesus Cristo na manjedoura e, que a tradição de que foram três, advêm da brilhante mente de um inglês, doutor pela Igreja Católica, com o curioso nome de Bada, que viveu no Século VI, portanto quase seiscentos anos após a morte de Jesus Cristo, foi quem criou, inclusive, os nomes Gaspar, Belchior e Baltazar para representarem as “três raças”, aliás, como o misericordioso leitor assíduo deverá lembrar-se, mencionei que isso pode ser facilmente comprovado no “Oráculo do Século XXI”, o tal do Google. Eu mencionei, também, que não havia nenhuma “Estrela de Belém” em cima da “manjedoura”, senão, tanto o “Menino Jesus” como, certamente, todo o planeta Terra seriam destruídos. Então, onde estava a estrela? “Em cima” da manjedoura, mas, há milhões e milhões, ou melhor, bilhões e bilhões de quilômetros da Terra. Como viram a tal estrela? Ora, viram-na com suas lunetas! Então, o que os precedeu até a manjedoura, segundo Mateus? Algo luminoso, parecido com a luminosidade duma estrela, mas, evidentemente, não poderia ser uma estrela e, além disso, se a “estrela”, ou “objeto luminoso” tivessem um tamanho “significativo”, atrairia milhares de curiosos e, pior, atrairia os soldados assassinos de Herodes, este, conforme é relatado também pelo evangelista Mateus, tentaria eliminar o “Menino Jesus” assassinando todos os meninos com menos de dois anos, enfim, voltando, sobre o desenvolvimento da astronomia no antigo Egito, a utilização de instrumentos de medições astronômicas em civilizações antigas é algo que impressiona e fascina arqueólogos, astrônomos e estudiosos até hoje. Eu costumo brincar dizendo que os dois grandes líderes dos judeus fizeram escola e pós-graduação lá. Moisés “chegou” numa “cestinha”, num “moisés” e Jesus Cristo foi para lá com os seus pais. É claro que o único evangelista a mencionar o episódio não poderia saber quase nada sobre os acontecimentos, a não ser por oitiva, visto que viria a conhecer o seu Mestre trinta anos após os fatos, ou seja, o seu nascimento. Eu acredito, piamente, que Jesus Cristo foi para o Egito na enorme caravana dos “Reis Magos”. Um casal atravessando um deserto repleto de assaltantes assassinos, repleto de animais ferozes, em cima dum jumentinho ou burrinho, como “diz” a tradição? José e Maria não seriam irresponsáveis e não deve ter sido difícil imiscuírem-se entre os escravos e transformar, vestindo e maquiando, o “Menino Jesus” num “menino egípcio”. Os egípcios eram bons em “maquiagem” também… Essas teses “malucas” foram expostas nos artigos “Jesus Cristo vestido de menina?” e “Jesus Cristo e os Três Reis Magos”, ambos publicados neste matutino vanguardista. Até.
(Henrique Dias, jornalista)