Opinião

Somos todos advogados

Diário da Manhã

Publicado em 9 de novembro de 2015 às 22:53 | Atualizado há 10 anos

Advogados de todo o país escolhem, neste mês, os representantes das Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil. E, às vésperas das eleições, a disputa se intensifica. Temos oportunidade de analisar o que construímos ao longo dos anos, de aperfeiçoar o que não tem sido suficiente, de corrigir os erros cometidos. É a estação propícia para as ideias, o período eleitoral precisa da fertilidade das propostas, da apresentação do novo que vem de encontro às nossas necessidades.

No entanto, não tenho observado a preferência por um debate criativo em todas as campanhas que participam da disputa. O espaço de exposição de proposições, de assertivas que trarão melhorias para a classe, da devida argumentação, tem sido coberto por ataques que nos fazem retroceder, no momento mais favorável para a busca dos avanços.

Acompanhei recentemente críticas infundadas, ofensas irracionais e provocações com bases inverídicas buscando confundir o advogado na escolha que temos pela frente. Tentam denegrir para além da imagem dos candidatos, a solidez da instituição que nos representa, o passado que nos trouxe até aqui, a doação de líderes que dedicaram sua vida por condições dignas para exercer a advocacia.

Sabemos que, historicamente, a OAB defende a democracia. Essa defesa só é possível porque temos uma entidade democrática. Portanto, todas as escolhas determinantes para nossa Seccional e nossa categoria foram feitas de acordo com os anseios da classe, com a vontade da maioria, com a lucidez de eleitores que antes dessa denominação são advogados. Ataques a isso, são ataques a todos nós, ataques à advocacia, a um passado edificado coletivamente.

Acrescento ainda que criticar o trabalho realizado por outros colegas quando nunca se trabalhou pela advocacia é simplesmente inválido. Somos advogados elegendo advogados. Somos os protagonistas de um processo eleitoral que decidirá os rumos da instituição classista mais respeitada pela sociedade. Somos os profissionais que administram a justiça. E precisamos de alguém que nos represente adequadamente.

O presidente da Ordem precisa ser espelho para os advogados e precisa refletir a classe. Não queremos como reflexo alguém com discursos vazios, afirmações raivosas e postura questionável. Um advogado que prima pelo enfrentamento, pela utilização de palavras de baixo calão, pelo desrespeito ao legado construído com o esforço da classe, não nos representa.

Convido os advogados a aproveitarem o instante em que a eleição está em pauta para uma análise cuidadosa dos projetos e candidatos que se colocam aptos à presidência da OAB. E deixo aqui o resultado de minha análise: Flávio Buonaduce tem a força das propostas, do conhecimento, do bom trato no exercício da advocacia. Qualidades que ressoam muito mais alto do que manifestações intempestivas num contexto onde somos todos advogados.

André Carneiro é advogado. OAB/GO n. 25.039.

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