Cultura

Clássico da tragicomédia reinventado

Redação DM

Publicado em 4 de novembro de 2015 às 16:52 | Atualizado há 8 meses

Uma obra centenária do dramaturgo russo Anton Tcheckhov interpretado por protagonistas que buscam a linguagem clown, embora sem as tradicionais vestimentas de palhaço. Esta é a tônica de As  Três Irmãs, espetáculo teatral produzido pela companhia catarinense Traço Cia. de Teatro e que será encenado, hoje, às 20h, no Teatro Sesc Centro.

A montagem faz parte da programação do Palco Giratório, um projeto de circulação das artes cênicas em diversas partes do país.  É também fruto da pesquisa de mestrado em Prática Teatro, na Escola de  Comunicação e Arte (ECA/USP) realizada pela  diretora da companhia Marianne Consertino.  Nestes estudos, ela  investigou especialmente contribuições do clown no trabalho de ator.

Mas, no espetáculo Três Irmãs, a diretora e as atrizes buscam o que chamam de “estado palhaço”. E é por isso que as protagonistas não entram em cena com o tradicional nariz vermelho e roupas coloridas dos atores circenses. A linguagem clown está na peça por meio de uma visão poética da vida – ora divertida, ora melancólica – para ressaltar a condição de exposição da imperfeição humana, seus afetos e fragilidades.

É dessa forma que a tragicomédia faz a  releitura da obra que Tcheckhov escreveu  em 1900 e foi encenada pela primeira vez em 1901, em Moscou. E é assim também que o público mergulha sobre a vida de: Irina (Paula Bittencourt), Olga (Débora Matos) e Maria (Greice Miotello). Elas são as sonhadoras protagonistas da montagem, que gira em torno do sonho destas moças de retornarem à cidade natal, de onde saíram há 11 anos com o pai, general.

Esta adaptação do grupo catarinense As Três Irmãs  estreou em 2007 e já foi apresentado em importantes eventos de teatro, Brasil afora. Entre eles, a 1ª edição da Maratona Cultural de Florianópolis (2011); a 54ª Festa – Festival Santista de Teatro (2012); o VII Festival Latino Americano de Teatro de Grupo (2012) e  o Prêmio Myriam Muniz / Funarte 2011.

 

A companhia
A Traço Cia. de Teatro foi fundada no ano de 2001. Em sua trajetória artística, a técnica do palhaço configura-se como principal recurso pedagógico de formação, treinamento e criação.

Junto a esta técnica, investigações sobre o teatro de rua e o teatro cômico popular colaboram à pesquisa cênica da companhia. Elas instrumentalizam os artistas da companhia para a criação de um repertório pessoal, preparando-os para uma relação livre, direta e potencialmente transformadora para com o público.

Além de As Três Irmãs, a companhia, atualmente, possui dois espetáculos em repertório (Fulaninha e Dona Coisa e Estardalhaço). Ministra também oficinas sobre Palhaço e Teatro de Rua, coordena o projeto(A)Gentes do Riso e a Mostra Traço de Bolso – O Riso Corre Solto.

Palco Giratório
O Palco Giratório do Sesc foi criado há 18 anos como uma ação estratégica de difusão e intercâmbio de artes cênicas. Sustentado por uma rede de 33 curadores, ele é composto por profissionais residentes em todos os estados brasileiros e reúne anualmente uma “amostragem” importante da produção cênica brasileira.

Cada curador apresenta um número determinado de produções do seu estado e o coletivo analisa o conjunto das indicações. Além disso, ao longo do ano, os curadores dividem-se em grupos para acompanhar os principais festivais de artes cênicas do Brasil.

Serviço

As Três Irmãs – Palco Giratório
Quando: hoje, às 20h
Onde: Teatro Sesc Centro (Rua 15, esquina com a Rua 19, Setor Central)
R$ 5 (comerciários e dependentes), R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia)
* Ingressos à venda na Central de Atendimentos do Sesc Centro e no site da Bilheteria Digital

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