A leitura abre janelas

“Dupla delícia.O livro traz a vantagem de  a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado.”

Mario Quintana

Um dos grandes prazeres da minha vida é a leitura. Vivo  momentos especiais  quando leio. O Dia Nacional do Livro foi instituído pela Lei nº 5.191, de 13 de dezembro de 1966. Assim vem a pergunta: por  quando que a lei é de dezembro e comemoramos o dia do Livro em 29 de outubro?

A resposta é muito simples, a primeira biblioteca  que tivemos no Brasil , quando ainda era  Colônia, Portugal disponibilizou um acervo bibliográfico muito rico, vindos da Real Biblioteca Portuguesa, com mais de sessenta mil objetos entre livros, manuscritos, mapas, moedas, medalhas, dentre outros.  Estas peças teriam vindo com a família real portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808. e foram acomodadas inicialmente  em salas do Hospital da Ordem Terceira do Carmo, na cidade do Rio de Janeiro.  Em 29 de outubro de 1810, houve a transferência das peças para aquela que seria a primeira biblioteca do Brasil fundada pela coroa portuguesa, hoje conhecida como Biblioteca Nacional do Livro. É a maior biblioteca da América Latina, sendo considerada pela Unesco uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo.

A utilização dos livros é muito antiga. Sempre houve por parte dos seres humanos a preocupação em registrar os acontecimentos de suas vidas. Após a criação da prensa tipográfica, por Johannes Gutenberg (1398-1468), deu-se a publicação do primeiro livro em série, que ficou conhecido como a Bíblia de Gutenberg. A obra foi apresentada em 642 páginas,  invenção esta que  marcou a passagem da era medieval para a era moderna.

No Brasil,  o primeiro livro publicado foi  “Marília de Dirceu”, escrito por Tomás Antônio Gonzaga,  que conta a saga de Gonzaga, que  partira para o exílio em Moçambique e relata seu amor por uma brasileira, Maria Dorotéa Joaquina de Seixas, de quem fora noivo.

Durante muito tempo o mundo a leitura era estritamente reservada às classes mais abastadas, ao clero e lógico a nobreza. A difusão da educação como direito de todos, deu uma expansão ao acesso à alfabetização, permitindo que a cada ano o número de pessoas alfabetizadas aumentasse e, consequentemente,  aumentando  o número de leitores.

Os livros  se tornaram,  e são ainda hoje,  para um grande número de pessoas um amigo querido do qual somos inseparáveis. Eles podem variar nos gêneros apresentados: documentário, romance, suspense, ficção, auto-ajuda, bíblico, poema, lazer, das diversas áreas do conhecimento, sobre profissões, jardinagem e tantos assuntos mais que, listá-los nos faria ocupar um grande espaço.

Gosto deste poema de  Georges Duhamel:  “O Livro é o amigo da solidão, ele alimenta o individualismo liberador. Na Leitura solitária, o homem que procura a si mesmo tem alguma oportunidade de se encontrar.”

Devemos diariamente  incentivar  nossas crianças a lerem. Devemos dar o exemplo lendo também.  Ler é uma questão de hábito. Como disse Ruth Rocha  “a leitura, antes de mais nada é estímulo, é exemplo”. Aproveite cada momento para ler, seja na sua  casa, na escola, no parque, no ônibus, seja onde for. Descortine um mundo de sonhos e aprendizagem, seja um leitor ou leitora. Aliás,  qual  foi o último livro que você leu? Você sabe quando foi? Qual título e autor(a)?

E ainda, se você é uma pessoa extremamente conectada, não deixe a informática afastá-lo(a)  da leitura impressa, pois, ela é essencial na sua vida. Através da leitura fortalecemos valores,  nossa criticidade e atitudes, somos enriquecidos, ao final de cada livro com novas experiências  e idéias. Aqueles que pensam melhor são os  que lêem  mais. Quem lê viaja na imaginação, é mais culto e vive melhor.

(Márcia Carvalho, pedagoga, psicopedagoga mestra em Sociedade, Políticas Públicas  e Meio Ambiente, chefe de gabinete da Agetul- Agência Municipal de Eventos, Turismo e Lazer e diretora secretária da Fundação Ulysses Guimarães)