Opinião

O presente de grego

Diário da Manhã

Publicado em 30 de outubro de 2015 às 23:01 | Atualizado há 10 anos

Essa semana se comemorou o Dia do Servidor Público no Brasil. Em tese seria um dia de comemoração para pessoas que dedicam suas vidas à prestação de serviço para a sociedade, em carreiras que nos orgulham fortemente, como a educação, a saúde, a segurança e muitas outras.

É triste constatar, no entanto, que a comemoração dos servidores federais, que atuam em áreas estratégicas do país, que dedicaram anos à formação e ao estudo para ingressarem em carreiras concorridíssimas, será com um presente de grego do governo federal. Este que prometeu congelar os salários e concursos públicos para conter os efeitos da crise econômica que sua própria gastança desenfreada criou.

Infelizmente não há comemoração para boa parte dos servidores do INSS que ainda estão em greve. A paralisação, que é justa, afeta milhões de brasileiros que necessitam de perícias médicas para tentarem ter acesso a um benefício social pelo qual eles pagam.

Não há o que comemorar, também, para muitos servidores das Universidades Federais, responsáveis pela formação acadêmica, técnica, pelo desenvolvimento da pesquisa e da extensão no país que na propaganda diz ser uma Pátria Educadora. Pois na prática, o setor sofre com um corte que chega a 600 milhões por mês, deixando Universidades sem limpeza, água, luz ou transporte.

Outros que não têm o que comemorar são os servidores dos 27 estados e do Distrito Federal, e dos nossos mais de 5 mil municípios. Reféns da ajuda federal e dos Fundos de Participação, prefeitos e governadores foram atingidos em cheio com os cortes e também estão com dificuldades para quitar a folha de pagamento ou promover valorizações.

Não há comemoração para nenhum servidor quando, nesse cenário, o governo anuncia que abandonou a sua meta de fechar o ano com superávit e oficializou R$ 51 bilhões nas contas de 2015, projeção que não inclui ainda o pagamento das pedaladas fiscais. Com essa situação, o governo ainda não se esforça para negociar com os auditores fiscais da Receita Federal, e deixa de arrecadar.

A dura realidade para os servidores públicos, é que o atual governo, tirou o emprego de milhões de brasileiros, tirou a esperança de 70% da população que desaprova essa administração. E, como se não bastasse, tirou do servidor público, o seu direito de comemorar com dignidade essa data.

 

(Roberto Balestra deputado federal pelo Partido Progressista, presidente da Comissão de Política Agrícola, da Frente Parlamentar Agrícola, vice-presidente da Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, coordenador da Região Centro-Oeste da Frente Parlamentar da Assistência Técnica e Extensão Rural)

 


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