Cotidiano

MP-RJ desarticula quadrilha que agia na Câmara Municipal de Resende

Redação DM

Publicado em 29 de outubro de 2015 às 19:38 | Atualizado há 9 meses

Douglas Corrêa – Repórter da Agência Brasil

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), realizou hoje (29) uma operação para desarticular uma quadrilha que fraudava contratos licitatórios para contratação de serviços na Câmara Municipal de Resende, sul fluminense. Foram cumpridos mandados de prisão preventiva contra o grupo acusado de fraude à licitações, organização criminosa, peculato e falsificação de documentos.

Na ação, foram presos o controlador-geral da Câmara, Crystian Guimarães Viana; o consultor de Economia e Finanças, Ricardo Abbud de Azevedo; a consultora de Planejamento e Recursos Humanos, Cristiane de Andrade Rodrigues Kleina; e Marco Aurélio Azevedo (irmão de Crystian). O procurador-geral da Casa, Eduardo Bernardelli Barbosa, está foragido.

De um total de 15 mandados de condução coercitiva, 13 foram cumpridos. O MP-RJ obteve na Justiça o afastamento de 14 servidores públicos, incluindo o atual presidente da Câmara, vereador Jeremias Casemiro, conhecido como “Mirim”, e os vereadores Luiz Carlos de Alencar Besouchet, o “Kiko Besouchet”, e Ubirajara Garcia Ritton, o “Bira Ritton”.

Também foram apreendidos computadores, agendas, telefone celular, pendrives, R$ 8,3 mil, documentos de licitação, crachás, contracheques e caderneta de anotações da quadrilha.
Todos os acusados foram afastados de suas funções. Outras 17 pessoas foram denunciadas, incluindo servidores municipais, assessores da Câmara e empresários.

De acordo com as investigações, o esquema era estruturado dentro da Câmara Municipal de Resende. Criadas para participar de licitações, três empresas de fachada (Fox Gestão Empresarial, Omega Desenvolvimento Empresarial e Lotus Tecnologia) venceram nove delas, sempre mediante a falsificação de documentos de empresas reais.

As licitações envolviam locação, instalação e manutenção do sistema de câmeras de segurança; organização de eventos; varredura eletrônica; digitação de documentos; e planejamento imobiliário. 

Uma operação de busca e apreensão na Câmara e no escritório de contabilidade do controlador-geral, realizada este mês, encontrou manuscritos de repartição de propinas e outdoors das três empresas de fachada, entre outras provas. As notas eram falsamente atestadas e pagas. Os prejuízos aos cofres públicos ultrapassam R$ 880 mil. 

Em nota, a Câmara Municipal de Resende informou que está à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos e fornecer os documentos necessários ao MP-RJ. O entendimento da Câmara é que todas as denúncias sobre eventuais irregularidades devem ser rigorosamente investigadas pelas autoridades, “mediante os procedimentos estabelecidos em lei, e garantido o amplo direito de defesa às pessoas acusadas”.

 

Editor Armando Cardoso

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