Cotidiano

Espancado por neonazista reencontra agressor no trabalho

Redação

Publicado em 3 de novembro de 2015 às 20:45 | Atualizado há 10 anos

Na época do crime, Matthew Boger era morador de rua quando foi agredido por um grupo de skinheads. Após se passar 25 anos anos, a vítima descobriu que o colega de trabalho na verdade era um dos responsáveis pelas agressões que sofreu.

Em 1980, com apenas 13 anos de idade, Boger passou a viver nas ruas de Los Angeles, Estados Unidos, após ser expulso de casa por ser homosexual. Sozinho, a vítima acabou se tornando alvo de um grupo de neonazistas e dentre eles estava Tim Zaal. Agora, 25 depois do crime, vítima e agressor estavam trabalhando lado a lado.

Zaal conta que estava alcoolizado no dia e em busca de confusão, foi quando seus amigos avistaram a vítima do outro lado da rua, Borger sabia que era um problema. “Vi aqueles roqueiros moicanos, com roupas de couro. Pensei que eram punks. Vi que ia ter problema quando gritaram ‘Olha lá as bichas’ e vieram pela rua”, relatou a vítima.

Anos após o incidente, Zaal estava mais envolvido com grupos racistas e Borger iria trabalhar como gerente de operações no Museu da Tolerância, em Los Angeles.

O agressor havia constituído família e assim disseminado seu ódio através do filho. Mas, após a criança promover um ato de racismo dentro de um supermercado, Zaal sentiu-se envergonhado e percebeu que algo não estava certo. Com um longo processo pela frente, o homem se reinventaria e passaria a palestrar a sua história a outras pessoas, promovendo a conscientização.

Em um determinado dia, Zaal estava à frente de uma palestra no Museu da Tolerância, onde reencontrou Boger. O reconhecimento entre agressor e vítima só veio meses depois, após uma longa conversa casual, que revelaria o drama que havia entre eles. Aproveitando que tinha uma apresentação a fazer, o ex-skinhead decidiu fazer um pedido público de desculpas ao homem a quem quase matou.

Hoje Borger e Zaal palestram juntos no combate ao racismo. “Hoje temos uma amizade muito importante. Não saímos juntos ou jantamos, mas quando preciso de alguém para conversar, ou simplesmente me ouvir, ele está entre as três pessoas que ligo. Contamos um com o outro”, relatou Zaal.

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