Cotidiano

Finados lota cemitério em Brasília

Redação DM

Publicado em 2 de novembro de 2015 às 12:56 | Atualizado há 9 meses

Daniel Lima – Repórter da Agência Brasil

A chuva deu uma trégua e milhares de pessoas foram ao Cemitério Campo da Esperança até o início da tarde do Dia de Finados, em Brasília. O cemitério é o maior da região com 173 mil pessoas sepultadas. Durante este sábado os portões dos seis cemitérios do Distrito Federal (Asa Sul, Taguatinga, Gama, Sobradinho, Planaltina e Brazlândia) ficarão abertos até as 19 horas, informou a empresa Campo da Esperança, que administra os cemitérios de Brasília.

Há 401.300 pessoas sepultadas no Distrito Federal. São 173.500 na unidade da Asa Sul, 125.100 em Taguatinga, 41.500 no Gama, 20.400 em Sobradinho; 30.900 em Planaltina e 9.900 na unidade de Brazlândia.

Pela manhã, o túmulo mais visitado foi o de Ana Lídia Braga, morta aos sete anos. A estudante desapareceu em setembro de 1973 depois de ser deixada pelos pais na escola, sendo encontrada morta na sequência. O misterioso caso da menina Ana Lídia ocorreu em plena ditadura militar, durante o governo do Presidente Médici, e chocou os moradores da Capital. Ela virou nome de um parque em Brasília e seu túmulo é um dos mais visitados na cidade até hoje.

Emocionada, Maria de Lurdes Vital de Oliveira, aposentada, 80 anos, todos os anos visita o túmulo de Ana Lídia no Campo da Esperança. Ele acredita que a menina virou uma santa e faz milagres. O túmulo de Ana Lídia fica bem próximo ao do pai dela. “Muito triste isso que aconteceu com ela. O povo tem muita devoção e recebe graças”, disse.

Irene da Cunha Oliveira, aposentada, 74 anos, foi visitar o túmulo do pai, sepultado há 25 anos e do marido há 2 anos. O Dia de Finados é importante, é uma data que não devemos esquecer. É como se fosse uma obrigação. No caso do meu marido a gente viveu 48 anos. A gente reza todos os dias por eles. Aliás, a gente deve lembrar dos amigos e até dos inimigos.

Paulo Fernandes, militar bombeiros, 49 anos visitava o túmulo de três amigos pilotos do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal que faleceram em acidente de helicóptero em 2007 em Ceilândia, cidade do Distrito Federal que fica a 40 quilômetros do centro de Brasília. “Eles eram do mesmo grupo de pilotos, como eu. A gente sempre lembra deles. Mas nesta data, a gente lembra mais, pois eram pessoas excelentes que faleceram no cumprimento do dever. Foi um grande sofrimento naquela época e até hoje sentimos saudades.

Todos os cemitérios do Distrito Federal aumentaram o número de atendentes no feriado. Serão 15 terminais e 26 atendentes extras para reforçar o trabalho, além dos 170 funcionários da empresa, que permanecerão nos cemitérios em tempo integral. Velórios e sepultamentos estão feitos normalmente.

Como se trata de área pública sob concessão, os cemitérios também contam com reforço da Secretaria da Segurança Pública e Paz Social, da Secretaria de Justiça e Cidadania, da Agência de Fiscalização do DF, das Polícias Militar e Civil, do Detran-DF e do Corpo de Bombeiros. Vendedores ambulantes não foram autorizados a trabalhar no interior dos cemitérios.

Editor Valéria Aguiar

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