Para construir uma carreira Forte
Redação
Publicado em 17 de novembro de 2015 às 23:09 | Atualizado há 9 anosIniciar uma carreira é algo difícil em qualquer área, mas no ramo jurídico, a explosão de instituições de ensino de Direito que ocorreu nos últimos anos tornou mais pesado o fardo a ser carregado pelos jovens advogados. Vencido o primeiro obstáculo, que é a aprovação no exame da Ordem, o novo bacharel se depara com o grande desafio que é o mercado de trabalho. Alguns procuram conseguir uma vaga em algum escritório como advogado empregado, advogado júnior, trainee etc. Outros tentam ir mais longe abrindo o próprio escritório.
Em qualquer um dos casos, os profissionais que estão se inserindo no mercado atualmente se deparam com um problema que perturba até mesmo os mais experientes na carreira, o aviltamento de honorários decorrente da desvalorização do exercício advocatício.
Vivemos hoje uma situação em que o advogado é quase obrigado a aceitar pagamentos inferiores aos previstos na Tabela de Honorários Advocatícios da OAB-GO. O cliente sabe que se um advogado não aceita o baixo valor, haverá algum com uma conta ou outra por vencer que precisa desesperadamente dos honorários oferecidos, ainda que não seja o pagamento justo pelo trabalho prestado.
Ao se deparar com essa situação, muitos advogados recém-formados optam por retornar aos bancos escolares e enfrentar longas horas de estudos preparatórios para concursos públicos. Claro que essa opção é para os poucos que não precisam ingressar com urgência no mercado de trabalho. A maioria dos advogados, infelizmente, é obrigada a se render à situação indigna de não conseguir se sustentar financeiramente por meio da profissão que escolheu.
Como tentativa de solução para esse problema, a tabela foi reajustada em maio deste ano. No entanto, o então relator do reajuste, Flávio Buonaduce, ao expor a sua fundamentação, salientou que é preciso avançar na criação de um mecanismo que obrigue os advogados a cumprir a tabela, uma forma interessante de dar ao profissional argumentos para não cobrar valores menores.
Essa vinculação ocorreria por meio de uma revisão do nosso Código de Ética, o que não carrega uma vontade de punir ainda mais os advogados que já sofrem com essa situação, mas de oficializar e evidenciar o fato de que o cliente que paga valores abaixo do indispensável para que o profissional viva com dignidade está contribuindo para que este deixe de exercer a profissão.
Perceber esse problema em sua raiz e propor uma solução tão precisa e de tão fácil execução é algo que só poderia partir de alguém que vive a experiência pelos dois pontos de vista, o do advogado que atua no mercado de trabalho desvalorizado e o do advogado que conhece o funcionamento da Ordem dos Advogados do Brasil. Flávio Buonaduce sabe quais são as principais necessidades que a advocacia goiana tem hoje, não só em relação aos advogados que ingressam na profissão, mas em todas as fases da carreira, e sabe o que a OAB-GO pode fazer para atender a essas demandas.
Para o profissional que vive a advocacia de hoje, talvez seja difícil perceber que todo o suporte do qual dispomos no exercício da profissão, tanto em relação à estrutura física quanto às prerrogativas, só existe porque em algum momento alguém percebeu que havia uma necessidade e buscou uma solução. E esse alguém, sem dúvida, foi um integrante da OAB Forte, porque esse é o grupo responsável por todas as conquistas da advocacia goiana.
A cada nova turma de profissionais que ingressam no mercado de trabalho, o modo de se fazer a advocacia se renova, se reinventa, e a OAB Forte sabe que precisa acompanhar esse movimento. É por isso que a chapa apresenta hoje um índice de renovação de quase 80% entre seus integrantes. É claro que para aprender o novo é preciso aprender com a experiência dos antigos e essa prática já faz parte da cultura da OAB Forte.
A oxigenação da chapa se evidencia em propostas como a solução que Buonaduce apresenta para o problema do aviltamento de honorários. São essas qualidades que me levam a apoiar esse projeto, ainda que minha história na advocacia seja muito mais recente do que a história de trabalho da OAB Forte para que hoje tenhamos condições de enfrentar as adversidades que se manifestam a cada dia. A OAB Forte representa a segurança de um projeto que une a experiência com capacidade de inovar.
*Wemerson Argenta Santhomé é advogado, professor universitário, Juiz do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/GO e Procurador do Tribunal de Justiça Desportiva de Goiás.