Opinião

A insegurança que temos é o oposto da segurança que precisamos e queremos

Redação DM

Publicado em 20 de outubro de 2015 às 23:39 | Atualizado há 10 anos

“Se fosse só sentir saudade

Mas tem sempre algo mais

Seja como for

É uma dor que dói no peito

Pode rir agora

Que estou sozinho

Mas não venha me roubar”

Legião Urbana in Angra dos Reis

 

Foi se o tempo que ao cair da tarde, reuníamos os familiares e amigos para bater papo nas calçadas de nossas casas, além de saudosismo, é um passado tão recente, que daríamos tudo para ter a tranquilidade de outrora. Há bem da verdade, que há 20, 10 anos atrás não possuímos tecnologias móveis tão cobiçadas, como os notebook’s, smartphones e tablet’s, além do sonho de consumo, uma supermáquina, chamada automóvel, que nos leva para qualquer lugar e com quem a gente imaginar. É o resultado da propaganda que vende sonhos e nos deixa alienados e próximos da barbárie.

O Projeto de Segurança Comunitária, concretizado na instrumentalização dos Conselhos de Segurança – Conseg’s, desenvolve ações, implementando políticas preventivas de segurança pública, uma das mais notáveis é o denominado “vizinhança solidária”, que lembra o lema de “todos por um e um por todos”, tem seduzido ativistas nas suas comunidades, polícia militar e civil, que na busca de soluções para a insegurança cotidiana, não medem esforços em dar a sua contribuição para uma nova filosofia de polícia, a chamada “cidadã”, quebrando paradigmas vigentes no recente e fragilizado sistema democrático.

O sonho não acabou, os altos índices de violência, a insegurança crescente, o pânico nas ruas e bairros é o resultado direto da falta de investimentos em segurança, dos municípios, estados e união, com uma grande parte atribuída a uma estrutura de segurança pública colonial, autoritária e militarizada, reproduzindo dentro das corporações desigualdades tão profundas que os subordinados recebem uma carga massacrante de ordens e tarefas diárias, resultando em impedimentos e doenças depressoras do ser humano. Não bastasse isso, temos de conviver com uma política de gestão que distancia com frequência das políticas de estado,  ao invés de proteger o cidadão (ã) nas suas necessidades, protege quase que exclusivamente uma parcela da sociedade parasitária e cheia de recursos financeiros.

É chegado o momento da sociedade civil, do movimento comunitário, social protagonizar as mudanças reais que a cidade, o Estado e o País precisam, rompendo com as velhas formas de fazer política e cobrar dos representantes no exercício dos mandatos, arregaçarem as mangas, aumentar os passos e cumprir as suas funções com dedicação e responsabilidade  , com raríssimas exceções.

Goiânia, ao completar 82 anos, merece oferecer mais dignidade aos seus habitantes, ser mais humana, encantadora e reinventar a utopia. Acolhedora, foi, é e continuará sendo, falta ser mais segura.

(Vanderlei Azevedo – ativista social, presidente do 38º Conseg, coordenador da Comissão de Constituição e Multiplicadores da Associação Caiçara e membro da Cooperativa Bordana)


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