Assassino do cartunista Glauco responde por outras duas mortes em audiência

Tom Carlos

“O crime é um vício melhor que cocaína”, disse Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 29, em laudo médico expedido pela Junta Médica do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO). Conhecido como Cadu, ele confessou as mortes do cartunista Glauco Vilas Boas e do filho dele, Raoni Vilas Boas, em 2010. Hoje, Carlos Eduardo será interrogado em audiência pela morte de outras duas pessoas.

No dia 28 agosto de 2014, o agente penitenciário Marcos Vinícius Lemes da Abadia, 45, foi morto após reagir a um assalto. Ele ainda ficou cerca de um mês internado em estado grave, mas não resistiu aos ferimentos. Um vídeo de câmera de segurança mostra supostamente Carlos Eduardo em luta corporal com a vítima, antes de executá-la. Para a polícia, Cadu justificou o tiro: “Você não viu o que ele fez? Ele meteu a mão no meu revólver”, disse no laudo do TJ-GO.

No dia 31 do mesmo mês, o estudante de Direito Mateus Pinheiro de Morais, 21, foi morto a tiros após deixar a namorada em casa. Carlos Eduardo foi encontrado no dia seguinte com o carro da vítima. Cadu não comentou sobre o crime no laudo médico.

Divergência

O atual laudo do TJ-GO gera controvérsias. Após matar Glauco e Raoni em 2010, a Justiça do Paraná, para onde fugiu, considerou Carlos Eduardo como inimputável – sem capacidade para responder por suas ações. Ele foi internado em clínicas psiquiátricas, até ficar em liberdade em 2013, por ordem da Justiça goiana.

No laudo recente, Cadu demonstra racionalidade ao explicar como praticava crimes. Ele diz que não usava drogas, como cocaína, para praticar roubos, já que esse tipo de crime “você tem que pensar”. Já o homicídio seria um crime mais “fácil”. “Para matar é a coisa mais fácil do mundo. Você puxa o gatilho e extermina”, afirmou Carlos Eduardo para o laudo.