Marcha das Vadias em Goiânia
Redação
Publicado em 9 de agosto de 2015 às 16:00 | Atualizado há 4 meses
Marcharemos pela liberdade de todas as pessoas e contra a socialização de violência que extermina mulheres e homens todos os dias em nossa capital.
Marcharemos pelo direito ao trabalho, a representação social e a segurança.
Marcharemos por transporte público de qualidade sem abuso sexual.
Marcharemos pela inclusão de discussões de gênero e racismo nas escolas e universidades que deem visibilidade à violências sofridas pelas travestis, pelas mulheres e homens transexuais nessas instituições de ensino.
Marcharemos por um ensino laico e de qualidade que ensine crianças e adolescentes o direito que elas tem de ser reconhecidas.
Marcharemos contra o racismo institucional e as práticas de genocídio contra população negra em hospitais, escolas, leis.
Marcharemos pela visibilidade e reconhecimento de lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais.
Marcharemos até que a lesbofobia, bifobia, transfobia, travestifobia, homofobia sejam reconhecidas e sanadas as falas e posturas institucionais de ódio e violência.
Marcharemos até que parem de ocorrer mais de 472 mortes de mulheres no Brasil a cada mês, sendo uma mulher morta a cada uma hora e meia.
Marcharemos até que o centro-oeste deixe de ser a região que mais mata mulheres no Brasil.
Marcharemos até que o Brasil não seja o país com maior taxa de assassinato de transexuais, travestis, lésbicas, bissexuais e gays do mundo.
Marcharemos até que o genocídio das populações negras e indígenas tenha fim.
Marcharemos até que seja seguro que mulheres negras e jovens negros tenham direito de ir e vir sem ataques de violência institucional na rua, na casa, na escola, na saúde, no trabalho, no lazer.
Marcharemos até que todas as profissões sejam reconhecidas e remuneradas sem hierarquização por funções e corporalidade.
Marchamos com empregadas domésticas, com funcionárias de limpeza urbana, com profissionais do sexo, com catadoras de material reciclado, com estudantes, com vendedoras de castanhas, com trabalhadoras em empregos terceirizados, com docentes, com mulheres em situação de rua. Marchamos com e por todas as mulheres que re-existem.
Marcharemos até que as mulheres atinjam mais que 10% na política, até que essa representação seja de mulheres negras, indígenas e quilombolas, e não só de mulheres brancas, queremos no mínimo 50% respeitando a diversidade de mulheres do país e de cada região, somos mais que 55% da população brasileira, exigimos paridade, exigimos representação.
Marcharemos até que mulheres negras e homens negros sejam no minimo 60% na política partidária, nos cargos de empresa, mídia e representação.
Marcharemos pela desmilitarização policial.
Marcharemos até que tenha fim esse sistema político econômico de senhor de engenho e casa grande.
Marcharemos pelo fim do capitalismo.
Marcharemos pelo fim do racismo.
Marcharemos pelo fim do patriarcado.
Marcharemos no dia do aniversário da Lei Maria da Penha empunhando nossos corpos em luta contra uma cultura sexista, racista e capitalista de ódio às mulheres que tem imperado em nossa cidade e no Brasil.
Marcharemos pelo direito a decisão sobre nossos corpos.
Marcharemos por nosso direito a vida.
Marcharemos por nossas mães, avós, tias, irmãs, amigas, mulheres desconhecidas, pelos filhos, sobrinhos, avôs.
Marcharemos pelo amor às mulheres.”