Opinião

Governo mata psicologicamente a população brasileira

Redação DM

Publicado em 30 de julho de 2015 às 23:18 | Atualizado há 10 anos

A classe média, ao invés de arregaçar as mangas e produzir, sempre quis ser funcionária pública, o PT aprofundou este vício. Até o PT chegar ao poder, só a classe média (e altos empresários) mamavam no Governo; o PT teve o mérito de colocar os pobres para mamarem também. A conta dos mamíferos foi sempre depositada sobre as costas dos micros, pequenos, médios, empreendedores brasileiros, aqueles que, a seu favor, só tem o seu suor, e não a costa larga do Estado. Os mamíferos, agora acrescidos da pobreza cheia de direitos e agressivamente reinvidicativa, pedem cada vez mais do Estado, mas o cobertor é curto. O governo arrocha mais aqueles que produzem, querendo arrancar leite de pedra para  alimentar a prole; está é matando a galinha dos ovos de ouro. A asfixia governamental dos empreendedores chega a um limite: paralisou a economia, ninguém sabe mais em que investir, ninguém mais tem coragem de arriscar-se, “eu vou fazer o quê”? O incrível é que,  mesmo na crise, ninguém fala em mudar a “matriz psicológica” – absolutamente prógovernista – do povo brasileiro. Podem ver que, nesta época de reivindicações, todos pedem “mais Governo” para resolver os problemas do Governo; sinal de que a ficha não caiu… Não caiu porque a “classe pensante” brasileira está toda acomodada na função ou na perspectiva de ser “membro do Estado”. Todos querendo serem “membros do Estado”, sobra pouco de “espírito empreendedor”. Quem são os nossos “heróis” de hoje? Empresários do tipo do Antônio Ermírio de Morais, aquele que morreu sem uma única nota honorífica? Não; nossos herois continuam sendo os “membros do Estado”, Moro,  Joaquim Barbosa, Bolsonaro, etc. Aqueles que “de dentro da máquina do Estado” irão nos “redimir” da… máquina do Estado. Nada contra quaisquer “grandes personagens” da esfera governamental, mas quando isto passa a ser o único “sonho de consumo” da classe média, vê-se que há algo profundamente errado com a psicologia brasileira. A classe média – cujas reivindicações (p.ex., mais salários e empregos públicos)  não atendidas transformam-se em “indignação pseudo-moralista” –  nota que há algo “profundamente errado” com a esfera pública brasileira, mas, ao invés de olhar para o umbigo (“o Estado não aguenta todo mundo sempre querendo boquinhas no Governo”), resolve  alucinar-se coletivamente: a “culpa” é dos “políticos e empresários corruptos”, “se não fosse por eles o Estado funcionaria e continuaria nos dando de mamar”, “são eles que não deixam o Estado funcionar direito e nos alimentar condignamente”.

 

(Marcelo Caixeta, médico psiquiatra. ([email protected]))

 


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