Marconi Perillo: “Aos inimigos, tudo. Aos amigos, a lei!”
Redação DM
Publicado em 15 de julho de 2015 às 23:38 | Atualizado há 5 meses“Waldemar Curcino, tanto pai quanto o filho são excepcionais entregadores de Mensagem a A Garcia.”
Quando o dr. Henrique Santillo endereçou-me tais palavras, entendi que quaisquer juízos de valor em sentido contrário a mim importariam se emitidos por alguém melhor do que ele. Como na Terra não há nenhum magno discorde, mando para o lixo o que de mim pensam os de moral nanica.
Quando li Hubbard, entendi o significado da mensagem que eu havia recebido. Eu a trago guardada comigo e a carrego no meu coração. Apraz-me ter sido o seu Rowan. Sou agradecido a ele, pois apenas cumpri o meu dever, resultado do berço que tenho.
Mas foi com ele que aprendi a conjugar, na prática, o verbo servir. Fui por ele escalado paras difíceis missões e as desincumbi na plenitude do que exigiam, ainda que torcessem contra as aves de mau agouro. Perseverar é o verbo dos que não temem desafios.
Sempre soube que agentes do mal existem em toda a parte, mas, no meu caso, eu jamais poderia imaginar que, após a morte do dr. Henrique Santillo, eu iria sofrer uma perseguição implacável por parte de pessoas a quem muito ajudei.
Marconi Perillo é uma delas. Ele contou com a minha ajuda destemida na sua eleição a deputado estadual e federal. Não teve abrigo e amparo de todos os que hoje o endeusam, muitos dos quais estavam do lado de lá, opostos a nós. Implacáveis contra nós.
Lembrou-se de mim quando deputado federal. Época de vacas magras! Estava à disposição cedida pelo nosso saudoso BEG e fui servi-lo como chefe de gabinete, substituindo a sra. Jovelina, irmã de Juquinha das Neves. Cuidei administrativamente do gabinete. Lúcio Gouthier Fiúza cuidava de seus assuntos particulares.
Chegam as eleições de 1998, ele candidato ao governo. Era início da campanha e Marconi não tinha dinheiro para nada. Andava aqui pelo Entorno de Brasília algumas vezes no meu carro, um Fiat Stilo. Fomos bater de portas em porta. O velho companheiro de lutas, Valter Rodrigues, o apresentou a Luziânia. Era época de pecuária.
Em Formosa, fomos socorridos pelo Ernesto Roller e pai. Nas demais cidades sequer tínhamos quem pudesse nos ajudar. Foi uma luta árdua. Marconi com dificuldade ficou conhecido e saiu dali bem votado, consolidando a sua vitória.
Foi eleito governador, mas de seu primeiro mandato praticamente não participei. Sequer fui consultado, o que é comum o eleito fazer aos ombreados de primeira hora.
“O problema do Marconi não é com você, Waldemar, e, sim, comigo”, disse-me o dr. Henrique, constatada a minha decepção.
Depois da sua morte, eu pude entender o porquê desta afirmativa!
A escalada ao poder absoluto
No convívio com o dr. Henrique, ouvi dele que atos e palavras sérias nunca serão bem vindas em certos meios e nem bem vistas por certos homens, pois elas representam compromisso, responsabilidade.
Explica-se aí por que Marconi, depois de chegar ao poder, começou a remover os degraus da escada que o levou ao topo – preterindo e perseguindo velhos companheiros, entre os quais me incluo, e preferindo estranhos e novos amigos. É disso que falarei aqui, buscando identificar alguns dos motivos que teriam levado o “nobre” governador a promover o meu massacre, sem dó e piedade.
Num primeiro momento, vislumbro como uma das causas de suas conduta o fato de saber que todos nós, ex-funcionários do querido BEG, sempre tivemos a certeza de que foi ele, realmente, o verdadeiro coveiro do banco. Particularmente, eu sofri muito com a sua privatização. Eu sou testemunha ocular da luta do dr. Henrique para tentar salvá-lo.
Refleti sobre tudo e essa perseguição a mim, não tenho dúvida, resulta de um conjunto de fatos em que, no cumprimento do dever, fui obrigado a intervir. A sua bronca comigo vem do tempo em que ele era deputado estadual e o dr. Henrique o ministro de Saúde.
As complexidades do Ministério somadas às questões nacionais eram a grande preocupação do dr. Henrique, mas ele determinou que cuidássemos bem de Goiás. Coube a mim montar uma assessoria para cuidar dos interesses não só do governo estadual, mas também das prefeituras municipais.
Ali nós gerenciávamos os convênios destinados à construção, reforma e ampliação de hospitais, postos de saúde e aquisição de ambulâncias. Acompanhei de perto benefícios encaminhados a Goiás. Acumulei, posteriormente, esta função com a Secretaria Particular do Ministro.
Sou testemunha dos problemas enfrentados pelo dr. Henrique, principalmente quanto à presença de políticos na busca de liberação de recursos., principalmente em 1994, ano eleitoral. Os corredores do ministério viviam abarrotados de tais intermediadores. Em muitas ocasiões incumbiu-me de levar mensagens a certos Garcias goianos, rogando a eles que fossem politicar lá fora e que parassem de pressionar e até intimidar funcionários, exigindo tratamento privilegiado. Praticamente expulsos, logo voltavam. A ética não era a praia para os tais.
Com certeza, a mensagem que eu lhes levava nunca lhes foi do agrado. “Eles não têm sentimentos”, dizia o dr. Henrique!
Por agir de forma dura com muitos, talvez o Marconi Perillo tenha se sentido ofendido e guardado algum ressentimento dessa época, mas ele sabia muito bem de quem era a ordem. Tanto que esperou que ele morresse para promover o meu massacre.
“No mundo em que vivemos só se ama aquele que tem alguma coisa interessante a oferecer.” (Henrique Santillo)
Pode ter, também, guardado ressentimento quando cobrei um posicionamento dele, durante a campanha do dr. Henrique para prefeito de Anápolis. Marconi Perillo, que era deputado federal e amigo do então “trator” do PSDB, Sergio Mota, havia afirmado ao dr. Henrique que o Diretório Nacional do partido iria ajudá-lo nos gastos de campanha. Após a derrota, os mesmos da promessa escafederam-se. Marconi, que havia comunicado a ajuda, fez cara de paisagem.
As dívidas devem ser pagas, ainda que se venda a última cadeira da casa. Lições do dr. Henrique que alguns não aprenderam. Final da história: voltei a Brasília para vender o apartamento que eu havia negociado a compra, ainda na planta, e cujo aluguel ao dr. Henrique servia como uma complementação de renda.
“O homem vale pela palavra dada, não pela assinatura. Quando a palavra falha, o homem acaba e começa a farsa.” (Henrique Santillo)
Os fatos negam
o discípulo
Nos três primeiros anos de mandato como deputado federal, Marconi Perillo fez quatro visitas à chácara do dr. Henrique. Três delas sociais. Uma para batizar sua filha, outra no aniversário da minha filha Laís e a terceira foi na comemoração conjunta dos aniversários de Davi, meu filho, e do dr. Henrique. Ambos são do mesmo dia.
Marconi lá esteve, mas não para ouvir opiniões sobre assuntos referentes ao Parlamento, ou mesmo trocar ideias sobre propostas no campo político. Em nenhum momento ele quis beber do cálice da sabedoria daquele que apregoam ser o seu mentor, o seu criador. Apesar da vasta experiência do dr. Henrique, o propagandeado discípulo nunca foi ouvi-lo sobre nada. Aquilo deixou claro para mim que o moço era a antítese de tudo o que o mestre professava.
Na quarta visita, anoitecia quando Marconi chegou à chácara do dr. Henrique. Estava acompanhado do então prefeito de Palmeiras, Engeel Santos e meia duzia de pessoas. Disse ser candidato a governador, que estava ali com aqueles companheiros para apoiar o dr. Henrique a deputado federal e que viria ajuda de Brasília para os gastos da campanha.
O dr. Henrique ouviu a conversa, disse que a sua época já tinha passado e que estava sem condições de disputar eleições. Conversaram não por muito tempo. Saídos os visitantes, disse-me o dr. Henrique da sua aversão a tal tipo de proposta. Disputar eleição com quais bases? Só Palmeiras? E as demais, pois não eram poucas as que constituíam a base de Marconi?
Sem dúvidas, queriam apenas lastro. Quanto à ajuda financeira que viria de Brasília, nós nos pusemos a rir. Não adiantava mais chorar, pois já havíamos sacrificado o apartamento de Brasília para pagar a campanha a prefeito de Anápolis, em 1996, justamente porque o dinheiro prometido nunca apareceu. Somente para os vitoriosos!
Talvez por eu estar presente e acompanhando este fato e por não ter saído a coisa de acordo com o seu querer, Marconi tenha guardado ressentimento.
Abusando
da bondade
Eleito governador, Marconi só recebeu os cumprimentos do dr. Henrique em gravação para a TV por insistência de amigos. Nos tempos atuais jamais gravaria de novo! Convidado a ocupar a Secretaria Estadual de Saúde, disse que só aceitaria se o governador lhe assegurasse recursos para que pudesse oferecer aos goianos total assistência à saúde. Marconi prometeu que o faria. Ficou só na promessa.
Abandonado, o dr. Henrique mostrou a ele o peso do descaso: abandonou a secretaria e voltou para a sua chácara. O governador só o soube porque um jornal registrou estar a pasta acéfala.
Desesperado, Marconi veio à minha procura. Disse que a sua imagem (sempre ela) estava sendo arranhada em função do ocorrido e que eu falasse com o Dr. Henrique. Eu o fiz e lhe trouxe a resposta: o abandono da secretaria se deu em função de tentativas de ingerência na saúde e a falta de atenção a uma área que todos sabem que com ela e com ele não se brinca e nem admite que outros tentem fazê-lo.
Quando expus a posição do dr. Henrique ao Marconi, ele pediu que insistisse na sua permanência na equipe, pois ficaria muito chato perante a opinião pública e que, como estavam chegando a eleição municipal, se ele assumisse, ainda que por algum tempo, a Secretaria de Articulação Institucional, isso iria ajudá-lo e muito.
Voltei, conversei com o Dr. Henrique e ele concordou. Tudo ia bem, mas eis porém que, de repente e em pouco tempo, sou chamado mais uma vez à chácara. Era o dr. Henrique me contando que estava deixando a tal secretaria porque o Marconi era um sujeito sem palavra. Combinava uma coisa com um candidato a prefeito e fazia o mesmo com um possível adversário. Assim, a culpa também passava a ser dele.
Talvez possa ser esse, também, mais um dos motivos de ressentimento represado por parte do “nobre” governador em relação a mim! Mesmo sabendo que eu estava apenas cumprindo a minha missão.
Na verdade, o interesse em ter o dr. Henrique no seu secretariado era para servir de vitrine. Na primeira e única vez que vieram a Brasília, o dr. Henrique ligou-me para ir junto. Marconi veio com uma trupe para desfilar na Câmara, Senado e Ministérios. Quando o dr. Henrique viu o circo, chamou-me para levá-lo ao aeroporto, a fim de aguardar a”comitiva”.
O dr. Henrique abominava ostentações, pirotécnicas aparições na mídia e gastanças (ele as chamava de “criminosas”) em promoção pessoal. Devido a este tipo de conduta do dr. Henrique, chegou aos seus ouvidos que o governador havia sido aconselhado a se afastar dele e das pessoas ligadas a ele.
Este foi um dos motivos que, apesar de eu tê-lo ajudado, de maneira decisiva, na sua eleição de deputado estadual e federal e também a governador, o Marconi ter se afastado. Nem as minhas andanças com ele pelo Entorno de Brasília, onde ele era totalmente desconhecido, mereceram a sua consideração.
Fogueira de vaidades
Certo dia, o dr. Henrique chamou-me para conversar. Ele estava indignado ao extremo, quando falou do seu descontentamento e da dor que sentia ao ver o Marconi, sua turma e seu governo brincar com um sentimento tão caro para a sua vida.
Ávidos por holofotes nacionais, no afã de estar circulando ao lado de proeminentes da mídia – por conta de vaidades e de ambições políticas -, decidiram render tributos à então apresentadora de TV, Hebe Camargo. Homenagem à mulher que achincalhou Goiás, no episódio do Césio 137. Uma figura que humilhou de forma acintosa o povo goiano.
Acompanhando muito de perto o dr. Henrique, vi, ouvi e li o que ele sofreu com o episódio do Césio 137. Disse que foi um desastre estarrecedor. Mencionou o problema sério das vítimas, com discussão até os dias atuais. Sempre que falava sobre este trágico acidente, ainda se sentia mal e tomado de emoção e sofrimento.
Não deixou que as vítimas ficassem desassistidas pelo Governo do Estado, mandando ampará-las desde o primeiro instante, cuidando de suas saúdes, de seus novos bens (os outros foram destruídos, estavam contaminados) e das suas subsistências.
A dor sempre esteve estampada no seu rosto e para os que não a viveram com ele e nem o seu sofrimento, disse, em mensagem, que apenas os seus familiares diretos conheciam o seu estado de espírito e sofrimento com o acidente e, em o conhecendo, sabiam que, para ele, o que aconteceu não foi apenas uma questão político-social, mas também moral e sentimental.
Falou das várias noites que passamos em claro, todos solidários e discutindo o que fazer numa situação daquelas, para minorar o sofrimento das pessoas. Falou do companheirismo de estarmos juntos com nossos filhos, naquele deposito provisório, como também do seu grande sofrimento que passamos juntos. Falou dos dias terríveis, abomináveis, que o fizeram chorar por todo o resto de sua vida, quando ele se lembrava de tudo.
Disse que sabia que, a partir daquele episódio, nunca mais conseguiria ser a mesma pessoa. Ficou totalmente arrasado. Os seus sonhos trazidos desde a juventude foram sepultados naquele mesmo caixão de chumbo em que repousava a menininha Leide das Neves.
Entreguei ao Marconi esta mensagem a Garcia. Ele simplesmente não disse nada. Fez a costumeira cara de paisagem.
A punhalada saideira
Como última atitude desse seu agir contra mim, uma pessoa do seu staff vetou-me no governo. Tal ato materializou a sua pequenez, ainda que sabendo do tudo que fiz em prol de suas candidaturas a deputado estadual e federal e das nossas atitudes corretas para com ele e seus familiares.
Entendi o gesto pérfido, pois ele trazia e ainda traz, atravessada na garganta, a lâmina moral da mensagem a Garcia que eu trouxera por conta de seus encômios a tal Hebe. Por conta disso, queriam sangue, como todos os puxas sacos do poder. Era preciso massagear o ego do príncipe eleito.
“Precisamos detonar este cara, ele incomoda, trucida ele, fala demais” – palavras da ira, pão dos insensatos. Coisa baixa, de quem pensa pequeno!
O mais importante para estas pessoas são coisas e não os seres humanos. Porque não podem ser melhores, querem todos piores. E aí se cercam de lixos morais – morais sujas vestindo ternos limpos, como se a embalagem mudasse a natureza do que são.
Talvez o “nobre” governador e sua turma guarde mais esse ressentimento quando fui o condutor de uma mensagem do dr. Henrique, muito dura para ele, por ocasião da uma grande homenagem que ele, sua turma e seu governo prestaram a essa senhora.
A luta pelo poder torna as pessoas desumanas. Nem todo mundo está obcecado pelas cirurgias plásticas, viagens internacionais ao redor do mundo, restaurantes chiques e bolsas Louis Vuitton. (Waldemar Curcino)
O preço da lealdade
Quando gestor da Representação de Goiás no DF, eu observei que o Estado alugava salas pagando valores altíssimos. Como forma de contenção, propus que fossem vendidas velhas salas que tínhamos em Brasília, no Setor Comercial Sul, um local ruim, e que fossem compradas novas, na planta. Em pouco tempo o Estado de Goiás estaria com um ótimo patrimônio.
A Sefaz, de imediato, vendeu as salas. Ao mesmo tempo, a pedido do Marconi, fiz o processo de compra que foi por ele despachado e pedindo urgência, OF. ERGO 58/2004 despacho de 28.07.2004. Durante um ano, dia após dia, eu conferia o “trâmite” do que virou faz-de-conta. Descobri que os despachos do “senhor governador” se davam através de códigos.
Despachos com códigos. Até nisso ele peca pela falta de sinceridade. É isso, havia e há ausência de sinceridade em seus atos. Queria somente vender o patrimônio do Estado e torrar o dinheiro. Até hoje o Governo desembolsa uma quantia altíssima em aluguel. Até hoje não se sabe o que foi feito do dinheiro das salas vendidas. Diante da minha insistência em resolver o problema de elevados ônus para o Estado, o “nobre”governador pode ser que não tenha gostado!
Agora, o que deve ter pesado mesmo para a perseguição implacável sobre a minha pessoa foi eu não ter me sujeitado ao que fazem muitos dos seus mais próximos auxiliares: tomar café e almoçar com o governador Alcides e jantar com o Senador Marconi.
Estas pessoas estão por aí no atual governo de Goiás, muitas delas promovidas. Basta olhar a lista de autoridades! A perseguição foi tão cruel que, sem haver nenhum sentido, mandaram uma jornalista para fazer uma matéria publicada em 3 de agosto de 2009, em página inteira de um jornal local. A pauta era fazer uma devassa na Representação. Nem sabia a infeliz mocinha de que lá não se mexe com dinheiro e tudo era autorizado por outros órgãos. O próprio governador Marconi já havia mandado alugar outra sede no Lago Sul, em Brasília.
No dia seguinte o então “nobre” deputado estadual Daniel Goulart veio com criticas depreciativas, arguindo sobre a minha indicação ser feita pelo meu sogro Henrique Santillo e que lá precisa ser comandado por técnico.
Nada como um dia após o outro! Será que o”nobre” deputado e hoje guindado ao cargo de “nobre” conselheiro vitalício de tribunal teve o cuidado de alertar o governador eleito sobre as indicações que estão por aí?
Vi bem as escolhas. A suceder-me um teleguiado do então senador Gim Argelo. Na verdade, vi prêmio a ele, Argelo, novo e estranho amigo e parceiro do governador, um político capa do jornal Correio Brasiliense, de 18 de maio de 2015, por seu envolvimento com a Operação Lava Jato, e alvo, também, de pelo menos seis inquéritos no Supremo Tribunal Federal.
O outro novo e estranho amigo, pelo que fiquei sabendo, é citado sete vezes no inquérito da Procuradoria da República da operação navalha. Esta sob suspeita da Polícia Federal como um dos elos entre a Construtora Gautama e a STN do Ministério da Fazenda.
Como o governador Marconi havia convidado o Juquinha das Neves para mexer o doce, que se vire com os seus doceiros, pois a minha escola é outra e eu, com certeza, não sirvo e jamais servirei para isso!
O “nobre conselheiro” Daniel Goulart, como ex-bedel palaciano, talvez possa informar quem indicou para o governo Marconi tantas pessoas arroladas em inquérito da Polícia Federal e CPI do Congresso Nacional.
O que pretenderam tais sacripantas era o achincalhe da minha pessoa, tal qual fizeram com o dr. Henrique e com todos os que tiveram a hombridade da não submissão a caprichos e vontades dos que se acham donos do poder.
“Quiseram me ridicularizar visando massacrar Anápolis. Porque eles acham que eu sou o símbolo mais legitimo de Anápolis.” (Henrique Santillo)
O uso político do TCE
Com intuito de tentar intimidar o dr. Alcides Rodrigues, o Tribunal de Contas do Estado de Goiás cuidou de pedir vistas num processo de prorrogação de aditivo, no valor de 150 milhões, em contrato do Banco Itaú com o Governo do Estado de Goiás. Matéria publicada em um jornal local, edição de 02.12.2008 (página 09), mostra que a intenção do Governo do Estado era a de utilizar os recursos provenientes desta operação para o pagamento do funcionalismo público, antes do Natal, bem como para beneficiar o comércio, que seria aquecido com as compras para os festejos do final de ano dos servidores estaduais (por coincidência, esse foi o argumento utilizado ao contrário para crucificarem dr. Alcides).
A matéria estava nos jornais daquela sexta-feira. Revoltei-me diante de tudo o que cercava de forma impeditiva esta negociação Itaú/Estado, principalmente depois que li estar o governador Alcides sem saída e lamentando o fato de o TCE entrar em recesso sem apreciar o aditivo, impedindo, assim, que a folha fosse quitada.
Nesta mesma matéria acima citada, com o subtítulo “Manobras de Bastidores”, o pedido de vistas é encarado como uma manobra comandada pelo grupo do senador Marconi.
Os tais, como sempre, pensaram em si mesmos! Jogaram na lata do lixo os ensinamentos do dr. Henrique Santillo. Infelicitariam milhares de funcionários públicos. Não estavam preocupados com o Natal de ninguém! Qualquer pessoa do bem ficaria estupefata diante do modo covarde com que estavam tratando a coisa pública.
Não me contive. Não me curvei. Não iriam calar-me. Avisei a membros do TCE que iria procurar a imprensa. Promovi a mobilização, exortando a todos para cobrar dos conselheiros o cumprimento do seu dever, ao invés de aderir à politicalha urdida para prejudicar o dr. Alcides.
Valeu a luta. Os “nobres conselheiros” compareceram ao tribunal no sábado e, em sessão extraordinária, liberaram a negociação Itaú/Estado, viabilizando o pagamento do 13º aos servidores.
Eu tenho a absoluta certeza de que essa minha atitude, agindo de acordo com os ensinamentos do dr. Henrique, também foi fator de alta relevância para que o Marconi Perillo me perseguisse de forma tão cruel e covarde.
“Para muitos, a honestidade é prejudicial, chega até a ser uma ameaça.” (Henrique Santillo)
Marconi Perillo é grande, mas de história curta, e dr. Henrique Santillo é tão pequeno, mas de história longa.
Tivessem ele e séquito seguido ou sido pelo dr. Henrique inspirados, não estariam envolvidos em muitas confusões. E, estivesse ele vivo, nem teria Marconi a coragem, depois das gravações da Polícia Federal divulgadas pela mídia, de dizer tê-lo como modelo, como espelho. Estivesse ele vivo e o governador Marconi Perillo, em sua defesa, não iria usá-lo como escudo, pois sabia que o desmentido viria de imediato.
Na hora de defender as ideias e os ideais do dr. Henrique Santillo, este rapaz não quis ouvir as mensagens a Garcia, mas, quando precisa de uma imagem do bem, ele só se lembra dele.
O Marconi não perdoou as minhas posições de entregador de mensagens a Garcia, antes e depois da morte do dr. Henrique. Em 2011, ele nem mesmo havia assumido o governo e já festejava a minha demissão. Ele o fez e deleitou-se em perseguir a todos os que fazem da verdade trilhos da conduta. Nunca ousou fazê-lo quando o dr. Henrique ainda vivia.
Após a morte do meu querido amigo, eu pude compreender que ninguém vai estar conosco indefinidamente e que por isso temos que nos acostumar com a solidão, pois ninguém compreenderá os nossos sacrifícios e renúncias para a manutenção de uma vida digna e honrada.
Assim foi a vida de Henrique Santillo, meu sogro, amigo, companheiro e mestre: digna e honrada. Naquela manhã do seu adeus, antes que o AVC chegasse, ele bradou por estar triste e decepcionado. À minha insistência em saber uma das causas, digo apenas “procure no Diário Oficial”.
Sábio é aquele que reconhece a infinita pequenez ante a infinita grandeza da vida!
“A dor sempre esteve estampada no seu rosto e para os que não a viveram com ele e nem o seu sofrimento, disse, em mensagem, que apenas os seus familiares diretos conheciam o seu estado de espírito e sofrimento com o acidente e, em o conhecendo, sabiam que, para ele, o que aconteceu não foi apenas uma questão político-social, mas também moral e sentimental.”
“O mais importante para estas pessoas são coisas e não os seres humanos. Porque não podem ser melhores, querem todos piores. E aí se cercam de lixos morais – morais sujas vestindo ternos limpos, como se a embalagem mudasse a natureza do que são.”
(Waldemar Curcino de Morais Filho, capelão hospitalar, genro de Henrique Santillo, de quem foi secretário particular por 23 anos)