22 de abril: que data é esta?

Podes crer, cara-pálida, fiz esta pergunta a um jovem que encontrei na esquina, no dia 22 de abril, e este me respondeu o seguinte:

– 22 de abril? Que data é esta? Só sei que ontem, 21 de abril, foi dia de Tiradentes.

Novamente inquiri o jovem:

Quem foi Tiradentes?

Este respondeu:

– É um homem que foi enforcado e não sei qual a razão. Deve ter sido algum criminoso.

De fato, meus amigos, nos tempos de hoje, ninguém mais interessa por datas históricas.

E saber que 22 de abril é a data do descobrimento do Brasil, quando mais jovem havia comemoração, e a gente parece que era mais patriótico, fazia mil conjecturas com a viagem de Cabral, que veio com destino certo para o “descobrimento do Brasil”.

Depois que a pessoa estuda, faz um curso superior, pode denotar que na nossa meninice acreditava em tudo.

E não há de ver que o Brasil havia sido descoberto bem mais tempo que a data consignada em nossos compêndios de História do Brasil, apenas registra o feito de Cabral. Pedro Alvares Cabral, o nosso “descobridor”.

Estamos vendo que o “pessoal” de agora desconhece várias fatos da nossa História e nem mesmo fica registrado no conceito desta nossa juventude que o “Brasil foi “descoberto” em 22 de abril de 1500, numa alegoria das mais bonitas com a visão do Monte Pascal no litoral da Bahia.

Nem mesmo a minha secretaria, ao digitar o texto, me afirmou que não sabia que o dia 22 de abril era data do descobrimento do Brasil.

E vemos nos livros de história que Pero Vaz de Caminha “escreveu” uma carta bonita para o rei de Portugal, com um palavreado todo rebuscado de novidade e na mesma está inserida: “Nesta terra tudo dá, é só plantar”.

De fato, plantou tantos corruptos que colhemos uma pilha deles. Houve uma evolução daquelas nesta terra “brasilis” e com esta avançar, estamos na liderança de muitos países no conceito de roubo, corrupção, bandalheira, etc e tal.

Mas voltemos nossos olhos àquele rapaz da esquina e a sua ignorância no respeitante ao dia 22 de abril.

Será que muita gente lembrou deste dia?

Não vi e nem li qualquer alusão ao “descobrimento” desta nossa querida terra.

Assim, vamos ficar na ignorância, pois datas históricas, vultos históricos, senzalas históricas, tudo histórico nesta nossa terra deve ser apagado, pois que, na realidade, vamos viver o futuro e quem gosta de coisa antiga é velho decrépito.

E assim, viva o Brasil. Ou não viva?

(Orimar de Bastos, juiz de Direito aposentado, advogado militante em Caldas Novas, membro da Academia Tocantinense de Letras, ocupante da Cadeira n° 33 e membro da Academia de Letras e Artes de Piracanjuba-GO e Cidadão Calda-novense. E-mail: [email protected])