A difícil transição do “Homo economicus” para o “Homo ecologicus”

Maurício Tovar

Por quanto tempo o risco ecológico continuará ameaçando o mundo?

Enquanto a generalização da Racionalidade Científica e Tecnológica imperar sobre todas as dimensões do ser, ignorando que o Homo economicus é apenas uma criatura cujo juízo está ajustado em reflexões, perceções e desejos fundamentados no modelo da Razão Econômica teremos apenas uma ciência tentando vencer um destino fatal ao antever o conhecimento de um futuro projetado para construí-lo à sua imagem e semelhança.

No mundo regido pelo Homo economicus, o comportamento humano deve estar sempre focado no crescimento do sistema econômico. Nesse contexto, a teoria econômica e social, longe de representar o real, torna-se apenas uma simulação engessada sobre a realidade.

Na verdade, a crise ambiental está encurralando os “Saberes da Racionalidade Científica e Econômica” que se mostram impotentes diante da crucial expectativa de superação da insegurança global.

É possível que a soma de todas as crises venha a corroborar com o salto quântico evolutivo do Homo economicus para Homo ecologicus,entretanto, até o momento as tentativas de superação da crise ambiental generalizada que se alastra pelo planeta, quando partiram da racionalidade mecanicista de gestão econômica operando sobre os bens metaindividuais na natureza resultaram em maiores agravos ao planeta e ao próprio homem. Crise hídrica, poluição do ar, da água e do solo, mudanças climáticas aceleradas e outros impactos ambientais são exaustivamente debatidos na arena do Homo economicus, mas, sem o advento de uma Racionalidade Ambiental o Homo economicus não pode ser transmutado em Homo ecologicus, e ainda que continue a falar e debater exaustivamente sobre os temas ambientais, permanecerá lamentavelmente apenas Homo economicus.