Opinião

Todos temos uma psicopatia

Redação

Publicado em 2 de abril de 2015 às 02:11 | Atualizado há 10 anos

Iron Junqueira,Especial para Diário da Manhã

Carreamos pela vida, sonhos, ilusões e realidades. Somente após muita experiência, chegamos à compreensão dos fatos.

Inicialmente, repletos de ilusões, sonhamos realizar os sonhos que anelamos: estabilizar-nos segundo nossas aspirações, com base numa profissão conforme o que gostamos ou temos aptidão, depois encontrar a parceira que complete o coração. Por fim, constituir nossa família, depois nos concentramos em educar nossos filhos de maneira que deem continuidade às nossas aspirações de orgulho e felicidade, achando que esse futuro depende de nós e que os filhos seriam a nossa continuidade. Supomos – absurdamente – que nós viveríamos a vida deles, ou com eles, pior: ou para eles. Esquecemo-nos de que não somos donos nem da nossa própria existência, menos, ainda, da deles, de quem somos pais, não proprietários nem mentores. Podemos servir de exemplos provisórios, mas depois que eles alcançam na vida o espaço da liberdade são como as águias ou como as pipas, com seus destinos definidos, nunca, contudo, por eles planejados, pois os resultados finais estão guardados nos arquivos implacáveis, em parte, do mérito de cada qual deles e, completamente, retidos pelo Plano Maior, traçados pela consciência cósmica, segundo o que for melhor para cada um de nós.

O nosso anseio de fazer o melhor para nós, é inspirado geralmente pelos sonhos de felicidade impulsionados pela vaidade, orgulho e aspiração de vitória. É ou não? Verão que sim.

Tudo fazemos para que o filho nasça (exemplo) do sexo masculino; a mãe quer que seja menina. Mas como não podem ainda deliberar sobre isso, nasce quem devia nascer. E colocamos o nome de júnior por razões especiais, mormente por uma nada especial, a vaidade.

Não nos prepararam sobre a razão da existência. Deixaram-nos à deriva. Pensamos que o nascimento é algo natural ou que somos frutos do casual. Da união de dois corpos, que resultam numa junção anatômica, nasceu porque nasceu, faz parte, coisa assim.

Mas não. Estamos na vida física, uma espécie de laboratório da alma, onde passaremos por reformas profundas, melhor dizendo, radicais. Onde houver (e enquanto houver) orgulho, seremos moral, espiritual e fisicamente esmerilados por vicissitudes, as adequadas ao nosso melhoramento.

Provas e expiações, as tantas quantas vemos pelo cenário do mundo, porém as adequadas a cada necessidade de cada um. Por isso, as testemunhamos na vida dos outros e nas nossas. Não há privilegiado nenhum, que seja isento das provações que precisa. Caso venha algum fanático dizendo que, com ele, tem disso não, está equivocado. Ou cego de inteligência. Que dê uma espiada na própria família. Não há quem não tenha uma evidente prova na parentela. E aquele filho que se entregou à autodestruição pela droga, tráfico, violência e, até, pela inércia? Sempre há um psicopata na parentela.

O drogado, o parasita, o que perdeu a saúde, o dependente, o que tudo exige e com nada ajuda. Todos nós, sem exceção, somos, mesmo, portadores de um distúrbio mental. Mesmo os que se dizem escolhidos por Deus para serem “salvos” de tudo. Por este fato, o de se julgar selecionado pelo Pai, é um dos piores doentes, pois é primário nas coisas da terra, as dores e provações que ele vê, quanto mais nas coisas de Deus que ele não vê nem toca, só acredita?

Seremos esfolados até que se extinga a última gota desse veneno que se chama orgulho, pois este sentimento é qual um ovo de serpente, cujos filhotes são a vaidade, a prepotência, a discriminação, a mentira, e todo mal que tentamos ocultar nos embustes contra o próximo e contra Deus.

Enquanto perdurar a vaidade, o filho querido estará (exemplo) detonando nosso nome, caráter e orgulho. Um dia, quando nos isentarmos de tantas imperfeições, os causadores dos nossos sofrimentos – os nossos “instrutores” serão libertos dos seus males pelas vias da libertação ou dos desencarnes. Você dirá: então, por conta dos nossos erros, nossos filhos sofrerão? Não, eles não são bons nem inocentes, como desejaríamos. Aquela provação dele era a correta para também curá-lo dos seus defeitos íntimos e pessoais. Era a forma de se livrar igualmente do orgulho, da ignorância e da falta de melhor conhecimento. Ninguém perde por estar existindo neste planeta. Perdem os suicidas. Perdem os que “ouvindo, não querem ouvir”. Perdem os que se deixam induzir pelos falsos deuses e falsos profetas que, dissimulando demais, não os deixam conhecer as verdades que os libertam das trevas da estupidez e dos amarrilhos dos ignorantes, dos estúpidos e dos gananciosos, que se esmeram em falar em nome de Deus quando, por tanta parvoíce, expelem as palavras de Belzebu. Busca, pois, a verdade. É isto.

 

(Iron Junqueira, jornalista)

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