Opinião

Uma análise psicológica de indivíduos de personalidades conflituosas

Redação

Publicado em 28 de março de 2015 às 02:43 | Atualizado há 10 anos

José Geraldo Rabelo ,Especial para Opinião Pública

É sabido que no momento atual em que permeia a humanidade através de um caos socioeconômico e cultural, desencadeando grandes desafios existenciais e dentre eles os relacionamentos sociais e afetivos se destacam e merecem nossa (psicoterapeutas e Psicólogos) atenção.

Torna-se essencial para uma existência harmônica, a maneira de conviver com o próximo que irá definir os rumos saudáveis para a elaboração das atividades que devem ser desenvolvidas durante nossa jornada no orbe terrestre.

A forma gentil de comunicar-se propicia um agradável clima de alegria e de bem-estar, tornando-se cada vez mais aprazível, a fim de que o êxito se instale nos diversos empreendimentos encetados.

A pessoa de temperamento irascível, instável e agressivo, sempre defrontará dificuldades para conseguir amizades duradouras, portadores de enriquecimento emocional, psicológico e espiritual, porquanto as mudanças de conduta gerarão reações inamistosas naqueles com os quais convive.

A conquista a outrem, pela educação, gentileza e afabilidade, gera simpatia e empatia de ambas as partes, porém, sem estrutura emocional para preservar o relacionamento afetivo vai desencadear conflitos e ruptura rápida na relação.

Assumindo posturas hostis, irrita-se pela menor ocorrência, ou dominado por constante mau humor, engendra situações perniciosas para descarregar os fluidos morbosos de que é portador.

Quase nunca se faz amado, tornando-se invariavelmente temido e detestado, embora, muitas vezes, não reconhece e questiona ao pai, porque as pessoas não te aceita ou te rejeita.

Quando possuidor de posses recebe a bajulação dos seus caudatários que o exploram habilmente, cercando-o de gentilezas e elogios, a fim de beneficiar-se das migalhas que lhes atira de maneira despótica. No entanto, odeiam-no e sempre aguardam ocasião para descarregar-lhe de forma ostensiva a aversão e sentimentos de despeito, de vingança e de malquerença que preservam no íntimo.

Humilhados que foram, silenciam as ofensas por conveniência e acumulam-nas até o momento que lhes parece próprio para a libertação do jugo opressor e odiento.

Quando desprovido de bens, destituído de recursos amoedados, experimenta o reproche sistemático de todos, permanecendo isolado e rebelde sob acúmulo de conflitos perturbadores, muitas vezes, desencadeando os mais perniciosos vícios.

Essa pessoa difícil de convivência é sempre orgulhosa e arrogante, acreditando possuir os meios próprios para impor a sua vontade até o momento em que defronta outros do mesmo ou pior quilate com os quais entra em luta infeliz, num campeonato injustificável de insensatez.

Embora essa aparência ríspida e agressiva, oculta demasiadas aflições internas que teme sejam descobertas, o que a humilharia, levando-a situação deplorável.

Não se amando, atormentada pela timidez e pela insegurança, fruto de uma educação deficiente e sem amor, sem respeito nem consideração, perdeu a autoestima e a alegria real, vivendo numa quase permanente inquietação que procura disfarçar.

Explode com freqüência para manter-se escondida no abismo da insegurança, e despoticamente torna-se indiferente à aflição que desencadeia nos outros. De alguma forma, isso lhe provoca prazer, porque dispõe de campo emocional mais amplo para descarregar as constantes tempestades internas que a sacodem com violência.

Da mesma forma como se torna irritadiça volta à normalidade como se nada houvesse acontecido, tornando-se gentil, por cujo meio procura reparar o dissabor provocado.

Conviver com alguém portador deste distúrbio da personalidade é um verdadeiro calvário, especialmente se existe um vínculo de sentimento conjugal ou de parceria afetiva.

Na sua morbidez, acredita estar sempre com a razão, sentindo-se incompreendida sempre e nunca se esforçando para conseguir a mudança de atitude, sempre se vê como a vítima, a rejeitada e não se liga porque as pessoas afastam dela – “síndrome de vitimismo”.

Não possuindo resistências morais para enfrentamentos do mesmo tipo, quando se dá conta de como se encontra a sós, sob chuvas ácidas de reproche e de malquerença, refugia-se no ódio surdo com desejos insanos de vingança contra tudo e todos, acreditando-se vítima da tirania social que se levanta para destruí-la.

Sua enfermidade psíquica e espiritual é mais grave do que pensa, tornando-se cada vez mais inquietadora, entretanto, é o mais resistente em procurar ajuda adequada – tratamento psicológico e espiritual, por não se achar enfermiço.

Pode culminar essa conduta doentia em algum crime, seja contra o próximo ou contra si mesmo, mediante suicídio hediondo, quando se dando conta da situação em que se debate.

Sem dúvida necessita de ajuda psicoterápica e de tratamento espiritual em razão dos hábitos malsãos que se lhe instalaram em reencarnações transatas.

Incapaz de gerenciar conflitos, quase sempre se nega a receber socorro especializado, que lhe facultaria uma existência menos problemática, pois se atitude de defesa é o contra ataque dizendo que o outro sim precisa de ajuda, ela não.

É muito grande o numero de indivíduos agressivos, mau humorado e arbitrários que se encontram sob terríveis induções espirituais perturbadoras.

São muito infelizes esses relacionamentos conflituosos, por produzirem desgaste incessante naqueles que se encontram na faixa da normalidade e enredam-se no companheirismo sem uma compensação emocional que os reabasteçam de energias.

Soa mais credores de compaixão e de misericórdia esses enfermos da alma, que preferem ignorar a própria doença, do que de recriminação e animosidade.

Quando te sintas envolto por pessoas portadoras desses conflitos, que buscam relacionar-se contigo, evita qualquer tipo de apego, mantendo-te fraterno e amigo, sem que te deixes dominar pelos teus caprichos. Não os ignore; mas mantenha-se cauteloso, pois esse irmão precisa de ajuda, mas mergulhado em seu orgulho, não admite sua enfermidade.

Se, porventura, te deparas envolvido emocionalmente com alguém que apresenta esse distúrbio de comportamento, insiste para que receba tratamento conveniente quanto antes. Pois são relacionamentos fáceis de entrar, devido sua conduta persuasiva e insistente; mas requer muita habilidade para dela sair.

À medida que o tempo transcorre e a comunhão se torna mais íntima, o indivíduo, havendo perdido o respeito por si mesmo, passa a desconsiderar a pessoa ao seu lado, agredindo-a, malsinando- a existência, atormentando seguidamente.

Assim, ama sempre, mas não te permitas relacionamentos conflitosos sob a justificativa de que tem a missão de salvar o outro, porque ninguém é capaz de tornar feliz aquele que a si mesmo se recusa a alegria de ser pleno.

Ninguém faz o outro feliz, pois a felicidade deve ser encontrada dentro de nós mesmos, entretanto, com certeza, podemos ajudar e despertar no outro a felicidade que se encontra dentro dele. Mas não somos responsáveis pela felicidade ou infelicidade do outro.

A felicidade e plenitude são despertadas dentro de cada um através do clarão da Luz Divina e permissão de cada um através da crença em seu deus interior que clama por evolução e libertação.

 

(José Geraldo Rabelo, psicólogo holístico, psicoterapeuta espiritualista, parapsicólogo, filósofo clínico, artista plástico, especialista em família, depressão, dependência química e alcoolismo, escritor e palestrante. E-mails.: [email protected] e [email protected])

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