Economia

Exportações para a China reanimam pecuaristas

Redação DM

Publicado em 16 de dezembro de 2021 às 13:01 | Atualizado há 4 anos

A retomada das importações de carne do Brasil pela China foi saudada pelos pecuaristas e pelas suas associações. O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, em entrevista exclusiva ao DM, considera a medida “muito positiva”, observando que “reafirma a confiança entre nossos governos”. E concluiu que “normaliza o mercado de todas as proteínas”. Hoje, ele dará coletiva à imprensa em São Paulo.

O presidente da Associação Goiana dos Criadores de Nelore (AGCN), Silvestre Coelho, considerou a notícia como “excelente” para a cadeia da pecuária de corte. Mas, observa que “para o mercado interno vai ficar muito ruim”. Justifica que “vai encarecer demais e as coisas já estão difíceis”. Traduzindo melhor, o produto tende a valorizar em decorrência da maior demanda externa e encarecer para o produtor final.

Cleidimar Batista de Paula, pecuarista, realmente a demanda fica aquecida e com isso o preço da arroba se sustenta. Luciano Guimarães, presidente do Sindicato Rural de Rio Verde, concorda com Cleidimar. Eurico Velasco, presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), vai pelo mesmo caminho. E saúda a reabertura do mercado. “Em tempo”, resumiu.

“Esta notícia é muito bem-vinda para encerrar o ano. A China é o maior comprador da nossa carne e a retomada dos embarques é excelente para todos os elos da cadeia produtiva, especialmente para os pecuaristas, que certamente receberão mais pelo gado – especialmente os animais prontos para abate com até 30 meses de idade, exigência chinesa”, assinala Nabih Amin El Aouar, presidente da ACNB.

“A decisão de volta das exportações para a China também é muito positiva para a raça Nelore, que representa 80% do plantel brasileiro e mais de 90% das exportações de carne”, complementa Nabih.

Principal mercado
A suspensão da compra de carne do Brasil teve início em 4 de setembro, após a identificação de dois casos de bovinos com Encefalopatia Espongiforme Bovina, registrados em Nova Canaã do Norte (MT) e em Belo Horizonte (MG0.

A China é o principal destino da carne produzida no Brasil, para onde são destinados 48% de suas vendas globais. Em 2020, o total exportado àquele país superou US$ 4 bilhões.

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a suspensão foi feita pelo Brasil “em respeito ao protocolo firmado entre os dois países, que determina esse curso de ação no caso de EEB, mesmo que de forma atípica”.

Ainda de acordo com o ministério, os animais desenvolveram a doença “de maneira espontânea e esporádica, não estando relacionada à ingestão de alimentos contaminados”. As autoridades brasileiras acrescentam que não há transmissão da doença entre os animais.

“Retomamos o fluxo normal de exportações para a China, após período de negociação, com trocas de informações e reuniões com equipes das autoridades chinesas. É uma boa notícia para o setor porque [a China] é o principal destino da exportação de carne bovina brasileira. Então, voltamos à situação em que estávamos antes da suspensão”, disse ontem o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, José Guilherme Leal.

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