Resiliência e representatividade são marcas de quem mora na favela
Redação DM
Publicado em 4 de novembro de 2021 às 12:46 | Atualizado há 4 anos
O termo “Favela” apareceu pela primeira vez em um documento oficial no dia 04 de novembro de 1900, as primeiras favelas começaram a surgir na paisagem urbana do Rio de Janeiro, no Morro da Providência, situado na Região Portuária.
Dois fatores históricos que contribuíram para as primeiras ocupações na região foram o fluxo migratório de ex-escravos com a abolição da escravatura, em 1888 e o grande número de soldados da Guerra de Canudos que desembarcaram no Rio em 1897.
A celebração do dia da Favela significa valorizar e reconhecer as conquistas de gerações de milhares de famílias que hoje comemoram seu empoderamento, sua dignidade, sua cultura, sua alegria e seu protagonismo em superar as barreiras impostas pela história, afinal, a favela tem uma enorme contribuição para a existência e desenvolvimento deste País.
Foi o território que mais sofreu na pandemia pela precariedade de serviços básicos e mais resistiu. A favela é composta por pessoas que lutam por aquilo que há de mais primordial em uma sociedade: acesso a políticas públicas.
Acesso este a que o povo tem direito e que, por conseguinte, vai garantir a ele outros direitos como dignidade de moradora, de vida e social.
O dia da favela deve ser celebrado não pelo fato das favelas existirem, mas pela potência, resiliência, representatividade, capacidade empreendedora e força cultural existentes nela.
No Dia da Favela, muitas atividades acontecerão por todo o país, entre elas, shows de artistas como Dudu Nobre e Leci Brandão. No Complexo do Alemão, no Rio, serão plantadas 20 mudas de favela, responsável pela origem do nome.
Marca Social
Apesar das favelas serem um lugar de história e resistência é necessário falar sobre os descasos que estão presentes e latentes. São diversas famílias sem os seus direitos básicos, inúmeras crianças que enfrentam a falta de uma alimentação adequada comprometendo o seu desenvolvimento, além dos idosos sem um acompanhamento adequado.
Goiânia tem cerca de 58 favelas e infelizmente as pessoas que residem nestes lugares sofrem com a vergonha, medo, indignação, sensação de abandono e falta de representatividade.
Grande parte das favelas de Goiás se encontra às margens de córregos e rodovias, contornando, as cidades. Sendo de extrema importância ressaltar que nas épocas de chuva que já se iniciaram moradores temem pela perca dos seus bens e da sua própria vida.
O IBGE e Nações Unidas (ONU) considera a Quebra Caixote como a maior favela da Capital de Goiânia, situada próxima ao Leste Univeristário, às margens da BR-153.
Urgentemente é indispensável a ação dos poderes públicos para exercerem de fato os seus papeis para proporcionar uma vida digna para os cidadãos que vivem nessas regiões, para que de fato, o dia da favela possa ser celebrado por todos e não somente pela minoria.