Cotidiano

Medo do covid-19 agrava câncer

Redação DM

Publicado em 2 de julho de 2021 às 13:05 | Atualizado há 4 anos

O medo de contrair o coronavírus nas recepções das unidades hospitalares é apontado como responsável pelo aumento da incidência do câncer no País. É o que diz o Instituto Nacional de Câncer (Inca) ao “Diário da Manhã”. Como alerta à sociedade brasileira sobre a gravidade do problema, foi criado o Julho Verde, que iniciou ontem e prolonga pelo restante do mês.

Quinto mais freqüente entre os goianos do sexo masculino, o câncer de cabeça e pescoço tende a atingir mais de 40 mil brasileiros até o final do ano. A previsão do Inca, feita no início de 2020, é levada em conta pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e a Associação de Câncer de Boca e Garganta. O Hospital de Câncer Araújo Jorge, sediado em Goiânia, deve realizar uma força- -tarefa para alertar a população sobre os riscos das neoplasias que atingem a região da cabeça e pescoço – principalmente, boca e laringe, seguido por lábios, assoalho da boca e palato, maxilares, nasofaringe, orofaringe e hipofaringe.

A ideia é aproveitar o Julho Verde, mês de conscientização e combate ao câncer de cabeça e pescoço, para intensificar o diálogo com pacientes e acompanhantes, destacando os fatores que contribuem para o aparecimento da doença, como o tabagismo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e a falta de cuidado com a saúde da boca de forma geral. Além de chamar a atenção para os principais sinais de alerta emitidos pelo corpo.

“Feridas e dores persistentes na boca, aparecimento de nódulo ou espessamento na bochecha, irritação na garganta e dificuldade para mastigar, engolir e mover a mandíbula ou a língua precisam acender uma sirene na cabeça da pessoa”, adverte o oncologista e chefe do Setor de Cabeça e Pescoço do Araújo Jorge, José Carlos de Oliveira. Pelo local passam em média 10 mil pessoas e quase três mil precisam ser submetidas a cirurgias por conta da gravidade dos tumores.

Sexo oral
Neste cenário, José Carlos chama atenção para outro importante fator de risco: a relação entre o câncer de orofaringe e o aumento de casos do vírus HPV – comum em pacientes que lutam contra cânceres na amígdala e língua. “Uma das formas de contágio por essa infecção é por meio da prática do sexo oral e em pessoas com múltiplos parceiros sexuais”, explica.

Até o final de 2021 estima- -se que um total de 690 goianos (510 homens e 180 mulheres) devam ser diagnosticados com câncer de cabeça e pescoço – incidência que deve se repetir até 2022. O número é um recorte da projeção feita pelo Inca e que aponta como neoplasias mais comuns neste cenário os cânceres de boca e laringe. Nacionalmente a estimativa é de mais de 40 mil pessoas precisem enfrentar as doenças nos próximos seis meses. O número reforça a importância de iniciativas que conscientizem a população acerca da prevenção e da identificação precoce dos sintomas, o que pode aumentar consideravelmente as chances de cura.

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