Cotidiano

Vera Fischer revela abuso psicológico no início da carreira

Redação DM

Publicado em 22 de junho de 2021 às 17:26 | Atualizado há 4 anos

A atriz Vera Fischer revelou que sofreu abuso psicológico no início da carreira. Em entrevista ao apresentador Serginho Grois man no programa Altas Horas, ela falou sobre as dificuldades que enfrentou na tran sição da carreira de modelo para atriz. Em 1969, quando Vera tinha 17 anos, recebeu o título de Miss Brasil. Segundo ela, nessa época, os abusos se intensificaram. “Não foi nada tão traumático fisicamente, foi mais o meu psicológico”, explicou.

“Gente dizendo: ‘ela é uma loira burra gostosa, então a gente pode tudo’, ‘ela usa minissaia, usa shortinho, a gente pode atacar’”, contou. “Isso dá o direito de a pessoa vir implicar comigo e querer passar a mão em mim? Não dá. Você pode se vestir como quiser, ter a idade que tiver, dizer o que quiser. É a sua vida. Isso mexeu comigo, com a minha mente, com o meu psicológico”, afirmou.

A atriz atribuiu o que sofreu ao machismo do início dos anos 1970. “Eu era muito tímida e não era moda falar ou reclamar sobre isso naquela época”, explicou. O apoio que tinha em casa a ajudou a enfrentar os obstáculos da carreira. “Graças a Deus, minha família sempre foi muito forte, muito severa e muito humana. Então, isso me deu um norte, fez com que eu me tornasse uma pessoa, aos poucos, mais compreensiva e também muito corajosa e muito forte”, finalizou.

Nascida em 27 de novembro de 1951, ela morou em uma casa de três andares em cima da loja de utilidades da família, em Blumenau, Santa Catarina. Filha do alemão Emil Fischer e da brasileira Hildegard Berndt, não sabia qual profissão seguir, mas sempre quis conquistar a independência. Ao ser convidada para participar do Miss Brasil, não hesitou.

Após cumprir a agenda de Miss e se tornar ícone de beleza no país, Vera fez parte do júri de atrações como o Programa Flávio Cavalcanti, da TV Tupi, e atuou em alguns filmes de pornochanchadas, como “As delícias da vida” (1974), de Maurício Rittner, “Essa Gostosa Brincadeira a Dois” (1974), de Victor Di Mello, e “Macho e fêmea” (1974), de Ody Fraga.

Na década de 1980, passou a estrelar filmes de diretores de prestígio, como “Eu te amo” (1981), de Arnaldo Jabor, “Perdoa-me por me traíres” (1980) e “Bonitinha, mas ordinária” (1980), ambos de Braz Chediak, e “Doida demais “(1989), de Sérgio Resende. Em 1982, atuou no censurado “Amor, Estranho Amo”, de Walter Hugo Khouri.

Na televisão, Vera Fischer também teve carreira consolidada. Participou da novela “Coração Alado” (1980), a primeira a apresentar cenas de violência sexual. Anos depois, em 1987, a atriz foi convidada pelo diretor Roberto Talma para viver Jocasta em “Mandala” (1987). Inspirada no clássico grego Édipo Rei, o folhetim acabou sendo censurado, por causa de um beijo entre Jocasta e Édipo.

Um dos papéis marcantes da carreira da catarinense aconteceu no ano 2000, com “Laços de Família”. Vera Fischer deu vida à quinta Helena de Manoel Carlos. Após interpretar a sedutora Yvete de O Clone (2001) e a afetuosa Antônia de “Agora É Que São Elas” (2003), a cortesã Lola de “Amazônia – De Galvez a Chico Mendes” (2007), Vera fez a charmosa e ciumenta Chiara de “Caminho das Índias” (2009).

No teatro, a atriz participou de grandes produções como “Gata em Teto de Zinco Quente” (1998) e “A Primeira Noite de um Homem” (2004). (Redação, com A.E)

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