Economia

Governo de Goiás trabalha por registro de Indicação Geográfica do queijo cabacinha

Redação DM

Publicado em 5 de fevereiro de 2021 às 21:02 | Atualizado há 4 anos

O queijo cabacinha, produzido na região do Sudoeste goiano, agora é patrimônio cultural do Estado de Goiás. O reconhecimento ocorreu no dia 14 de janeiro, com a sanção da Lei nº 20.963 pelo governador Ronaldo Caiado, conforme publicação no Diário Oficial do Estado. A declaração é um passo importante para a obtenção do registro de Indicação Geográfica, processo que tem sido executado pelos produtores com o apoio do Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), e outras instituições parceiras.

O registro de Indicação Geográfica (IG) é conferido
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a produtos ou
serviços que carregam características únicas graças a seu local de origem.
Assim, além de preservar as tradições locais, a IG diferencia o produto,
melhorando seu acesso ao mercado e impulsiona o desenvolvimento regional. “O
reconhecimento do queijo como patrimônio enriquece o nosso dossiê relativo à
indicação”, esclarece a engenheira agrônoma da Emater em Mineiros, Márcia Maria
de Paula. O trabalho para obtenção do selo começou em 2011, quando
representantes do Mapa estiveram no município para a III Festa da Semente e
verificaram a existência de um produto típico da região.

Produzido há quase um século, o queijo cabacinha é um
tipo de muçarela de origem italiana que começou a ser fabricado com leite cru
para povos nômades. Ele recebe esse nome por lembrar uma cabaça, em razão do
formato adquirido após ser amarrado e pendurado para secar. No Brasil sua
produção é registrada em Goiás, em cidades localizadas nas regiões das nascentes
do Rio Araguaia, e também em Mato Grosso.

A importância cultural se funde com a relevância
econômica do produto. De acordo com Márcia, o queijo é fonte de renda de cerca
de 500 agricultores familiares dos municípios de Mineiros, Santa Rita do Araguaia,
Portelândia, Doverlândia e Perolândia, em Goiás; e Alto Araguaia, Alto Taquari,
Araguainha, Ponte Branca e Alto Garças, em Mato Grosso. A produção é estimada
em 60 toneladas por mês, o que representa a geração de R$ 1,8 milhão mensais,
considerando o preço de um real o quilo.

Com o título de patrimônio cultural, os produtores de
queijo cabacinha têm garantida a valorização de seu produto e das técnicas de
produção. A conquista é fundamental para a preservação da história e da
identidade do povo goiano. “Nós vemos com muita alegria esse reconhecimento,
que com certeza irá trazer um diferencial enorme para nossa região, para o
Estado de Goiás e todo o Brasil”, comemora a profissional.

Dossiê

No processo de registro, está sendo elaborado um
dossiê que será apresentado ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial
(INPI). Consta no documento informações sobre a história do queijo cabacinha,
métodos de produção e regulamento de uso. Os benefícios da Indicação Geográfica
são vários, desde o reconhecimento nacional e internacional do produto até o
impulsionamento do turismo, passando pela geração de empregos e renda. A
certificação agrega ainda valor ao produto e protege a região produtora.

O trabalho para a aquisição do selo é realizado em
conjunto pela Emater e entidades como a Superintendência Federal de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento em Goiás, a Secretaria de Estado de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Universidade Federal de Goiás
(UFG), Universidade Estadual de Goiás (UEG), Serviço Brasileiro de Apoio às
Pequenas e Micro Empresas (Sebrae) e prefeituras municipais.

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