Caiado não recomenda volta de torcedores aos estádios
Redação DM
Publicado em 24 de setembro de 2020 às 18:13 | Atualizado há 5 anos
O governador Ronaldo Caiado não avaliza a volta da torcida
goiana aos estádios de futebol neste momento e cita como fatores impeditivos a
atual taxa de ocupação de leitos nos hospitais públicos, a curva epidemiológica
da Covid-19 no Estado e o número de óbitos por dia. “Nós estamos ainda num platô, não entramos na
queda dos casos de contaminação. Precisamos dar passos graduais para não
comprometer nossa estrutura hospitalar”, afirmou. Ele também disse que, em
média, 42 pessoas morrem por dia em decorrência da doença.
A declaração do governador aconteceu durante entrevista
coletiva nesta quarta-feira (23/09), depois do lançamento do Bolsa
Conectividade e do anúncio da retomada do Bolsa Permanência da Universidade
Estadual de Goiás (UEG). O comentário vem também um dia após o Ministério da
Saúde emitir nota técnica avalizando pedido da Confederação Brasileira de
Futebol (CBF) para que os jogos da série A do Campeonato Brasileiro possam
contar com a participação de 30% dos torcedores.
“Eu gostaria, primeiro, de ouvir como você pode fazer para
que haja uma distribuição na entrada e na saída de eventos de 30%?”, afirmou
Caiado ao destacar que podem todos ficar aglomerados e facilitar a propagação
da doença. O governador ainda ressaltou
que a Covid-19 não comprometeu economicamente apenas os clubes de futebol: os
efeitos foram extensivos a outros eventos esportivos, de lazer e de
cultura.
Apesar das razões levantadas pela CBF que convenceram o
governo federal, Caiado foi categórico ao falar que, em Goiás, ainda não
existem as condições necessárias para a liberação da entrada de torcedores nos
estádios, mesmo que adotados protocolos sanitários de segurança.
“Estamos com um quadro que vem se estabilizando, mas não
entramos numa fase de declínio significativo de contaminação e nem dos casos de
complicação”, disse, ao informar que a taxa de ocupação de leitos nos hospitais
estaduais varia de 80% a 85% nos últimos 40 dias. “Isso é sinal da circulação
do vírus, do quanto ele ainda se dissemina junto à população”, complementou.
O governador argumentou que ao governo cabe esclarecer e ter
a responsabilidade pelos atos praticados em relação aos eventos. “O Estado não
pode avançar acima daquilo que os dados nos mostram hoje. No momento em que nós
tivermos uma menor demanda, número maior de leitos, incidência menor de casos
de contaminação, tudo bem, podemos progredir”, concluiu.