Ator e militante negro, Antônio Pompêo morre aos 62 anos
Diário da Manhã
Publicado em 6 de janeiro de 2016 às 03:06 | Atualizado há 9 anosRIO — Ator, diretor, artista plástico e militante do movimento negro, Antônio Pompêo viveu Zumbi dos Palmares no cinema em “Quilombo” (1984), filme dirigido por Cacá Diegues. Desde que estreou na televisão, na adaptação da Rede Globo para o clássico “A moreninha” (1975), o paulista de São José do Rio Pardo costumava combinar, em doses iguais, ativismo e atuação. Pompêo foi encontrado morto na tarde de terça-feira, no Rio, aos 62 anos. A informação foi confirmada pela Polícia Militar, que não divulgou a causa da morte. Ele estava em casa, no bairro de Guaratiba.
Foi presidente do Centro Brasileiro de Informação e Documentação do Artista Negro (Cidan) e diretor da Fundação Palmares. Combativo, o ator sempre se posicionou contra o preconceito. Em 2010, Pompêo publicou um artigo nas páginas do GLOBO sobre o tema. Segundo ele, “o racismo é uma serpente de muitas cabeças. Damos um golpe no seu corpo e ela se multiplica. Precisamos lutar para que a igualdade exista e que todos possam participar”.
No Facebook, a atriz Zezé Mota postou uma mensagem de luto e relembrou os trabalhos que eles fizeram juntos. Os dois contracenaram em “Quilombo”: “Em choque. E é com muito pesar que comunico a perda do meu amigo e grande ator Antônio Pompêo”, escreveu Zezé.
Pompêo atuou em 12 filmes — entre eles “Xica da Silva” (1976), também de Cacá Diegues — e 24 novelas, em emissoras como Globo, Record e Manchete.
PAPÉIS MARCANTES NA TV
O ator desempenhou papéis marcantes em “O rei do gado”, “Sinhá Moça”, “A viagem”, “Pecado capital”, “Mulheres de areia”, “A casa das sete mulheres”, “Pedra sobre pedra” e “Fera ferida”. Seu último trabalho na TV foi em “Balacobaco”, da Record, em 2012. Ele também participou da minissérie “Tenda dos milagres” (1985), na Globo.