8 de Março: Um dia para comemorar ou lamentar?
Redação DM
Publicado em 7 de março de 2016 às 02:07 | Atualizado há 9 anosO calendário cheio de dias machistas reserva o 8 de março para celebrar o domínio das mulheres. E de todas as atitudes e profissões, de todas as nações e corações. Mulheres amadas, questionadas, queimadas nos EUA por lutar por melhores condições de trabalho, por sonhar com um mundo melhor para todos os sexos e seres. Prostitutas, advogadas, escritoras, sedutoras e até Presidente da República investigada no Brasil. Mulher da terra, da serra, do giz na mão esquerda e do apagador na mão direita. Força e coragem. Mas haveria tantos motivos para comemorar? Ou lamentar?
Sexo frágil e voraz, servente de pedreiro na grande cidade, poetisa de rara inspiração, professora que leva serviço para sua casa. Pelo curso da História encontramos as pegadas de Isaura Lemos, Íris Araújo, Denise Carvalho, Maureni Siqueira, Evita Peron, Dilma Rousseff, Lídia Gueiler, Heloisa Helena, Princesa Isabel, Patrícia Pilar, Fafá de Belém, Neyde Aparecida, Geracy Soterio, Idelma Lemes, Aparecida Fátima Tobias Alves, Naúdia Faedo, sem medo de honrar sua vocação petista. Vidas e veias, uma bola corre no pé de Marta e bate na trave das conquistadoras que queimam sutiãs. Na verdade, são diversos nomes para serem citados, homenageados, glorificados pelo calendário singular. Mulher vota em mulher, corre atrás de seus sonhos, busca as alas da liberdade e gera mais um filho neste mundo de provações. Nada há para se ter vergonha, quando os compromissos da chefe maior da Nação estão sob suspeitas, isso é exceção e não regra. Todas as conquistas devem ser celebradas, principalmente o direito de votar e ser votada. Não deve haver receio de seu decote, charme exposto, ambição e exibição. Mulher gosta de se enfeitar, mandar, cativar e esse ano teremos eleições municipais, uma oportunidade de se mexer no quadro social. O que quer a mulher?
Um dia solene para lembrar-se de suas conquistas, proezas e até atropelos. Se a mulher gosta de jogar Futsal ou futebol é classificada de sapatão, bicho esquisito. Se ela se mostra educada é catalogada de submissa; se ela grita alto é vista como escandalosa. No dia 8 de março deve haver uma pausa para a reflexão dos valores femininos. Ela não deseja ser vista como objeto sutil de cama, mesa, banho e parede. Sonha com um mundo mais justo, humano, com liberdade de expressão e trabalho. Muito já foi conquistado, mas ela sonha com mais sabedoria, liberdade, justiça, casa para morar e cuidar de seus filhos benditos. Mulher, a dama do mundo, a poesia sem verso com rima, a locomotiva do mundo. Busca ser valorizado pela beleza, talento, visão antecipada dos fatos, coragem de gerar um filho em tempo de crise econômica. Ser mutante, importante, questionador e questionada. Como a ave Fênix que renasce das cinzas, a mulher luta por uma vida digna e que não seja apenas de novela. Confirmando o pensamento filosófico, mulher é um ser que não nasceu pra ser entendida e sim amada, embora todos procurem no momento os motivos dos escândalos do governo de Dilma Rousseff. Brasileiras que mostram a cara e a simpatia de servir, mesmo com tantos contrastes sociais. Na conclusão sociológica feminina 8 de março é um dia para ser comemorado e não lamentado. A mulher tem o seu sexto sentido apurado, a beleza do perdão, a sabedoria de conquistar sem ofender. O dia 8 de março de ver visto como um eterno recomeçar, como se os versos da música pedissem para não chorar pela Argentina. E nem pelo Brasil. Um caminho de luz, povoando as cabecinhas brilhantes de todas as deusas, da lavadeira, à juíza ou merendeira. Mulher nasceu pra brilhar, mesmo que o momento nacional diga não. Parabéns mulheres, pois assim todos os dias lembrarão 8 de março.
(José Carlos Vieira é escritor, jornalista do Jornal Folha da Cidade, Rio Verde, E-mail [email protected])