Polícia Federal: “Ser ou não ser, eis a questão”
Diário da Manhã
Publicado em 4 de março de 2016 às 00:31 | Atualizado há 9 anosÉ verdade, a Polícia Federal – “reestruturada” pelo paulistano, considerado por muitos o maior político goiano, Alfredo Nasser (1905-65), que chegou a ocupar interinamente a Presidência da República – está diante do maior impasse da sua história hodierna. Acontece que no mundo real, ainda mais no país cujo dinheiro, o “Real”, estampa uma mulher com uma coroa de louros, uma assassina, incestuosa – casou-se com o filho após ter, com este, assassinado o marido, pai “legítimo” do rapaz e, pior, muito pior, quando penso nela também me lembro da outra “deusa”, aquela com a balança e a espada nas mãos, os olhos vendados, para não enxergar e poder ser “inexoravelmente imparcial” e, tudo, para quê? Para nada e, como já perguntei aqui diversas vezes e ninguém me socorre, se ela não é cega por que não tira logo essa merda dessa venda de diante dos olhos para enxergar de vez e ver as “práticas” dos seus infiéis súditos, que continuam locomovendo-se em carros blindados e morando em “verdadeiros palácios”, ver as safadezas, a corrupção, a pobreza, a miséria, a falta de arroz no prato de crianças em um dos países que mais exportam arroz, os juízes, advogados e políticos – aliás, aproveito o ensejo para protestar contra a tal da Imprensa que fica metendo o pau nos coitadinhos dos políticos quando, na verdade, “na real”, eles trabalham muito, muito mesmo, criando leis, projetos de leis, anteprojetos de leis e mais leis… Temos leis para tudo. Imaginemos o crime mais cabeludo, virtual, real, hediondo ou sei lá, só sei que sua pena estará pormenorizadissimamente especificada num artigo da nossa imensíssima Constituição, mas, claro, data vênia, sujeita à interpretações subjetivas, sutis e, para quem tem dinheiro, o “real”, a “bala”, o “tutu”, o “dindim”, há as várias e várias varas, instâncias de recursos. Não gosto de falar bem dos “EUA”, mas, é certo: a Constituição deles, com seus atuais 50 estados – praticamente o dobro do número de estados brasileiros – “cabe numa folha de papel”, numa “lauda” e, olha só misericordioso leitor, só verifiquei que tergiversei com o assunto ao reler o texto, como já confessei que faço sempre, relendo, relendo e relendo e, todo o tempo alterando, eliminando, razão pela qual sempre brinco com os amigos, que reclamam dessas tais tergiversações, essa minha “mania” de ficar dando voltas, “fazendo onda”, retórica e alguns dizem que são “obrigados” a relerem alguns trechos duas ou três vezes e eu, aí, faço uma cara de sofredor e respondo: “E eu que leio mais de uma centena de vezes até dar-me por “quase satisfeito”?!”. A gargalhada é quase sempre geral, a não ser que haja, no grupo, no recinto, um daqueles que pertencem à maioria dos brasileiros, aquela que nunca leu um livro sequer em toda a sua vida, ou seja: 70% da população e, voltando ao tema, ao mundo “real”, até as crianças sabem que é o “Real”, ou seja, o dinheiro movimenta, dinamiza, é o combustível do sistema, do “mercado”, mas, como para todas as regras existe uma ou mais exceções, neste caso, há alguns fatores que consubstanciados num ideal podem fazer com que a Polícia Federal prossega na “real” determinação de exercer o seu poder para elucidar quaisquer crimes ocorridos, aqui e fora do nosso território, não estando sujeita ou submissa à absolutamente nada, nem mesmo à presidência da República, nada e a ninguém exceto ao Ministro da Justiça, que só poderá intervir, numa investigação, em caso de flagrante delito por parte dos agentes envolvidos, de tal forma que tenha causado, ao menos, comoção pública porque, como temos visto, na Polícia Federal brasileira, dificilmente brota um fruto podre como aquele porco espinho, cujo nome não me recordo, ainda bem, que gostava de andar de Ferrari e queria aprender a tocar piano num de “caldas. Isto fará com que a possibilidade de uma intervenção governamental “via ministro” – já que os ministros são “escolhidos” pelo presidente ou presidenta e, pior, já que o Cardoso pediu até demissão – seja algo praticamente “impossível”. As instituições são os pilares dos alicerces que sustentam o edifício social e a Polícia Federal, com o apoio da imensa maioria da população brasileira e da imprensa, tem repatriado recursos “na casa” de bilhões de “reais” e, lógico, “todo mundo” tá vendo isto. Cadê aquele pessoal que dizia que os bambambãs não seriam presos? Até.
(Henrique Dias é jornalista)