Opinião

Presos fraudadores de concurso público

Redação DM

Publicado em 3 de março de 2016 às 01:36 | Atualizado há 9 anos

 

A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (DERCAP) cumpriu durante a manhã e tarde de ontem nove mandados de busca e apreensão e condução coercitiva contra servidores em Palminópolis e em Trindade que participaram de um esquema para fraudar um concurso público da administração municipal de Palminópolis, em Goiás. Durante a ação, armas e documentos foram apreendidos e duas pessoas foram presas em flagrante por porte ilegal de arma.

De acordo com o delegado responsável pela a operação, Adriano Sousa Costa, o nome Apate diz respeito a procedimentos fraudulentos. Ele explicou que após a ação nove suspeitos foram conduzidos a DERCAP, sendo que duas pessoas foram presas em flagrante e 7 foram conduzidas coercitivamente, ouvidas e receberam tornozeleiras para serem monitoradas por 90 dias.

Adriano esclarece que o uso da tornozeleira tem como uma das finalidades impedir que os envolvidos se encontrem durante o período.  “No contexto, a gente só pode fazer análise sobre a efetividade dessa medida se eles estiverem sendo monitorados eletronicamente, então a tornozeleira servirá como prova dessa não aproximação deles”, explica.

O delegado detalhou que a operação foi desencadeada a partir de um e-mail que o Ministério Público de São Paulo encontrou em uma das empresas envolvidas na fraude, que tem sede em Fernandópolis (SP), e que órgão enviou à Polícia Civil do estado de Goiás. Após a denúncia do MP/SP a DERCAP começou as investigações e chegou aos integrantes envolvidos no esquema.

“As investigações tiveram início há um mês, com base no e-mail que trazia indícios de fraude em certame público. A partir desse e-mail começamos a investigar e pudemos constatar que eram fortes os indícios de que alguns indivíduos, entre eles pessoas que participavam da administração municipal de Palminópolis, estavam tentando lograr algum tipo de vantagem sendo aprovados em concurso”, destacou o delegado.

Adriano descreveu que no e-mail havia uma lista com nomes de pessoas que deveriam ser aprovadas no concurso, o qual foi enviado à empresa que organizava o certame no dia 30 de maio de 2014, uma semana antes da divulgação do gabarito das provas que só ocorreu no dia 6 de junho. Acrescentou ainda que constatava no e-mail até a classificação dos candidatos o que configurou, afirmou ele, as intenções do grupo de tentar subverter o caráter competitivo do certame.

Revelou que no e-mail aparecem apenas os primeiros nomes das pessoas envolvidas, que são Frank, Igor, Fernanda, Patrícia, Zuleika, Islene e João. Conforme o delegado, os envolvidos deverão responder por fraudar certame público, por fraudar o caráter competitivo de licitação e por falsidade ideológica. O delegado observou, ainda, que o concurso público de Palminópolis foi suspenso após as primeiras denúncias de fraude e que nenhum dos envolvidos no caso chegou a tomar posse.

A ação contou com a participação de 50 policiais civis e não encontrou resistência dos envolvidos. Entre eles foi confirmada a participação de quatro homens e quatro mulheres que ocupavam cargos importantes no município de Palminópolis como ex-vereadores e secretários municipais.

“No cumprimento dos mandados judiciais foram encontradas duas armas em uma residência e quatro em outra, foram feitos dois autos de prisões em flagrantes decorrentes dessas apreensões. Os acusados responderão por posse ilegal de arma de fogo e não deram justificativas para as armas estarem nas casas” informou o delegado.

Durante cumprimento dos mandatos foram apreendidos documentos e armas de fogo (Fotos: Divulgação)


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