Brasil

Pazuello faz críticas a protocolos e diz que testagem não é essencial

Redação DM

Publicado em 17 de julho de 2020 às 13:44 | Atualizado há 5 anos

Para o ministro interino da Saúde, o general Eduardo Pazuello, afirmou em entrevista, que a testagem não é essencial para o controle da pandemia do coronavírus. A afirmativa se contradiz com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que sustenta que a aplicação de testes como uma das maiores estratégias de enfrentamento ao vírus.

Conforme a avaliação do general e ministro interino, o diagnóstico da doença pelo médico, com análise clínica e auxílio de outros exames, permite um tratamento antecipado que, em sua opinião, pode ser mais eficaz. Entretanto, faz críticas ao método inicial do ministério, quando ainda era dirigido por Luiz Henrique Mandetta, de não recomendar a busca por atendimento médico de quem tinha sintomas leves, conforme afirma o site Uol.

“Não [ testagem não é essencial]. O diagnóstico é clínico, é do médico. Pela anamnese, pela temperatura, por um exame de tomografia, por uma radiografia do pulmão, por exame de sangue, podendo até ter um teste. Criaram a idéia de que tem que testar para dizer que é coronavírus. Não tem de testar, tem de ter diagnóstico médico para dizer que é coronavírus. E, se o médico atestar, deve-se iniciar imediatamente o tratamento”, destacou.

Na última semana, o ministério da Saúde mudou o protocolo de combate a pandemia no Brasil, norteando pacientes a procurarem médicos mesmo com sintomas leves. Inicialmente, a recomendação era esperar o agravamento dos sintomas para atendimento e assim evitar uma corrida aos hospitais e sobrecarregar a testagem, na época ainda insuficiente.

Para Pazuello, “no início, a população foi orientada a permanecer em casa, mesmo com os sintomas da covid. E era para ficar em casa até sentir falta de ar. E, quando você tivesse falta de ar, ainda diziam para segurar mais um pouquinho. Matamos quantas pessoas com isso? Loucura. O porcentual de morte sobe para 70% ou 80%. E isso não está dito em lugar nenhum, principalmente por quem agora critica”, apontou o ministro.

Perguntado prontamente se a referência era a Mandetta, Pazuello confirmou que a postura pode ter relação com uma “curva de aprendizagem” da doença, e que não diria que “ele estava errado ou teve dolo”.

“Ele imaginava que a melhor coisa era ficar em casa até passar mal. Não vou dizer que ele estava errado ou que teve dolo. Na época era o que tinha de certo. Isso é a curva de aprendizagem. É uma doença nova, o Ministério da Saúde não tinha conhecimento do tratamento precoce, dos medicamentos que davam certo ou não e sobre quais medidas funcionavam. Ele fez um protocolo, e isso teve que ser modificado. Agora é tratamento imediato, nada de ficar em casa doente. E o diagnóstico é do médico, não do teste”, argumentou.

Testagem

A partir do princípio da pandemia, em março, a OMS adotou em suas recomendações a testagem como ponto central. Segundo afirmação do diretor-geral da entidade na época: “nós temos uma mensagem simples para os países: testar, testar, testar. Teste todo caso suspeito”.

Países que foram bem sucedidos no primeiro momento e avanço da doença, como Coréia do Sul e Alemanha, tiveram a aplicação dos testes como uma das prioridades para identificar casos, isolar pacientes e rastrear a disseminação do vírus.

*Com informações do Uol

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