Suspeito de envolvimento na morte de goiana no Japão é preso

A polícia do Japão prendeu, neste sábado (3), um homem suspeito de envolvimento na morte da brasileira Amanda Borges, de 30 anos, encontrada sem vida em um apartamento na cidade de Narita. A informação foi divulgada pela emissora estatal japonesa NHK.

O suspeito foi identificado como Abeysuriyapatabedige Pathum Udayanga, cidadão do Sri Lanka, de 31 anos, atualmente desempregado. Ele residia no apartamento onde o corpo da brasileira foi localizado. De acordo com a polícia, Udayanga foi detido sob acusação de incêndio criminoso.

A relação entre o suspeito e a vítima ainda está sendo apurada. Segundo as autoridades japonesas, mesmo após perceber o início do incêndio no interior do imóvel, o homem deixou o local sem tentar conter as chamas, o que contribuiu para a propagação do fogo. Em depoimento, ele afirmou: “Fiquei em choque e não consegui apagar o fogo”, conforme relatado pela NHK.

O apartamento onde Amanda foi encontrada fica em um prédio de dois andares, localizado no bairro de Hon-Sanrizuka, em Narita. As autoridades trabalham com a hipótese de que a vítima tenha morrido por asfixia em decorrência da inalação da fumaça.

Além disso, pertences da brasileira, como bolsas e o telefone celular, foram levados. A polícia investiga se Amanda foi dopada e se houve violência sexual. “Aparentemente, foi um latrocínio, roubo seguido de morte. Tentaram ocultar o cadáver também”, declarou Thiago Borges, primo da vítima, em entrevista à Record TV.

O Ministério das Relações Exteriores informou que o Consulado-Geral do Brasil em Tóquio acompanha o caso e mantém contato com a família da vítima e com as autoridades locais. O governo de Goiás, por meio do Gabinete de Assuntos Internacionais, também presta assistência e deu início aos trâmites para o auxílio funerário.

Vítima era pesquisadora e apaixonada por Fórmula 1

Natural de Caldazinha, município do interior de Goiás, Amanda Borges tinha 30 anos e era mestre em Linguística. Formada pela Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás (UFG), concluiu o mestrado em 2023. Ela residia atualmente em São Paulo com o namorado.

A Prefeitura de Caldazinha lamentou a morte de Amanda. “Era uma jovem cheia de sonhos, querida por todos, e sua partida repentina deixa um vazio profundo em nossa comunidade”, declarou a administração municipal.

Apaixonada por Fórmula 1, Amanda viajou ao Japão para acompanhar o Grande Prêmio da categoria, realizado em 6 de abril. Em suas redes sociais, ela compartilhava publicações frequentes sobre corridas automobilísticas e registros de viagens pelo Brasil e pelo exterior. Em uma das postagens, demonstrou seu carinho pelo Rio de Janeiro: “É sempre bom estar por aqui”, escreveu em uma legenda na praia.

Antes de chegar ao Japão, Amanda passou pela Coreia do Sul, onde foi acompanhar o tratamento de um parente do companheiro. Ela publicou fotos da estadia no Japão em seu perfil no Instagram e relatou ter esquecido uma mochila no trem. No vídeo, comentou: “Gente, o Japão é muito seguro. Fiquei impressionada. Que país você vai perder sua mochila com dinheiro e ela vai ser devolvida intacta?”.