Brasil mira novos mercados para ampliar exportações de carne bovina

Especialista avalia impacto das tarifas impostas pelos EUA ao setor

O Brasil, líder mundial nas exportações de carne bovina, registrou em 2024 o melhor desempenho da história: mais de US$ 12,8 bilhões em faturamento e 2,8 milhões de toneladas embarcadas, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Em 2025, o ritmo segue forte, com 423,8 mil toneladas exportadas e mais de US$ 2 bilhões já arrecadados até maio.

Mesmo com a recente imposição de uma tarifa de 10% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, especialistas como Rogério Marin, CEO da Tek Trade, afirmam que o impacto será limitado, já que a forte demanda interna dos EUA mantém o país entre os principais compradores da proteína brasileira.

A expectativa de crescimento continua alta: o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) estima que o Brasil exporte 3,6 milhões de toneladas neste ano, número que pode chegar a 3,7 milhões segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A competitividade do Brasil se mantém por fatores como a desvalorização do real, retração de concorrentes como Austrália e Nova Zelândia e avanços em acordos comerciais.

A China segue como o principal destino da carne bovina nacional, seguida por Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, Chile e Hong Kong. No entanto, o Brasil vem expandindo sua presença na Ásia. Recentemente, firmou acordos com Japão e Vietnã — dois mercados estratégicos e promissores. O Japão, com alto padrão de exigência sanitária, oferece oportunidades em carnes premium, enquanto o Vietnã, com sua crescente classe média, desponta como consumidor de cortes de qualidade.

Hoje, o Brasil exporta carne bovina para mais de 150 países e busca consolidar sua liderança com inovação, qualidade e ampliação de mercados.

Alexandre Manso – Estágio