Teste: Impressões ao dirigir a Volkswagen Amarok 3.0 V6 Extreme 2025
Redação Online
Publicado em 22 de maio de 2025 às 09:39 | Atualizado há 7 horas
Quando lançou sua primeira picape média no Brasil – era o ano de 2010 -, a Volkswagen certamente acreditava que teria um produto capaz de encarar de frente as tradicionais Ford Ranger, Chevrolet S10 e a Toyota Hilux. Não foi bem assim. A Amarok patinou, patinou e não conseguiu ao menos representar uma leve ameaça àquelas que seriam seus alvos diretos. De lá pra cá a picape da Volkswagen melhorou ao ponto de ser vista com bons olhos? Pera ai que você vai saber se houve ou não avanços.
Que erro a fabricante alemã cometeu lá atrás com seu tão esperado produto que não conseguiu colocá-lo na briga? A marca teve que assistir sua picape ser uma mera figurante num cenário de competição forte. O então motor 2.0 de 180 cv e 42,8 kgfm de torque que equipava a picape de estreia da VW não fez bonito. Não atendeu às expectativas dos consumidores no quesito desempenho e bateu de frente com a lei de emissões de poluentes Proconve L7 da época, além de sair bastante maculado no caso “dieselgate”.

A Volkswagen Amarok então lançada impressionava principalmente pelo espaço interno. Ponto positivo para a picape que até hoje traz espaço de sobra para passageiros e motorista. O tempo foi passando, as concorrentes aperfeiçoando e a Volkswagen parada vendo as coisas acontecerem, deixando sua picape sem forças para chegar lá na frente. Em 2022 – 12 anos depois – a grande e mais importante mudança. Esquece os dois facelift ao longo dos anos e considere a chegada do motor 3.0 V6, de 258 cv, trazido da Audi, sob o capô da Amarok.
Começa ai a grande mudança. Com sua imagem desgastada e enfraquecida, a Amarok dá um salto e vira um foguete equipada com o novo motor, esperado por um bom tempo. Anda como carro de passeio de alta performance, transmite segurança com a tração integral permanente (4Motion) e passou pelas mudanças visuais mais importantes e significativas na linha 2025. A parte frontal, por exemplo, acompanha o DNA global da marca, seguindo os mesmos padrões de outros modelos da Volkswagen, como a Saveiro e a gama de SUVs. Até hoje, porém, a Amarok sobrevive com sua primeira geração, enquanto lá fora já roda a novíssimo picape.

Quando a Volkswagen inovou com o motor 3.0 V6 na Amarok, nenhuma outra picape oferecia esse motorzão. Ela reinou sozinha por um bom tempo, tomou fôlego e garantiu sobrevida. Até hoje, apesar de nãos ser mais novidade e nem exclusividade, a fabricante colhe bons frutos, mas mesmo assim não conseguiu ainda colocar sua picape na disputa direta com as médias tradicionais. A esperança é que tenha aprendido o suficiente para fazer bonito e ir “pra cima” das outras quando chegar a linha 2026.
A nova Amarok promete muitas novidades com a renovação que deve ser de ponta a ponta. Fala-se até em carroceria monobloco e versão de trabalho, nos moldes da Fiat Toro. Apesar de a Volkswagen falar que a Amarok tem perfil para a campo, o fato é que se destaca mais uso urbano e estrada. Sua pegada esportiva não deixa dúvidas do seu estilo lazer, mas ainda deve alguns itens essenciais para se aproximar mais das suas concorrentes. Por exemplo, a falta de botão de partida que ainda dá lugar para a chave tipo canivete. Inadmissível.

Esperava-se mais da reestilização da Amarok 2025, mas não dá para negar os avanços no projeto nascido em 2010. Como foi dito, a frente é nova e o restante fica por conta dos faróis em LEDs interligados por uma faixa iluminada nas versões Highline e Extreme, de muito bom gosto, além do pacote de assistências ao condutor, batizado de Safer Tag. Nas laterais, o que se vê de novo é o desenho das novas rodas e na traseira as novas lanternas escurecidas chamam a atenção, mas sem muito alarde ou algo parecido.
Vamos para o interior da Amarok 2025. Exceto a troca de alguns revestimentos e da multimídia, a picape que aguarda sua segunda geração com muita expectativa não mudou nada. Ficou devendo o que de bom as picapes de outras marcas trazem. A multimídia de 9 polegadas touch screen é nova, mas não é a VW Play, a chave de partida ainda é a tradicional canivete e o painel de instrumentos analógico. O volante, o mesmo do Polo, é antigo e não foi substituído, mas me agrada pela maciez, empunhadura e desenho esportivo com base achatada.

Em termos de estilo, outras duas novidades envolvem a chegada dos pacotes Hero e Dark, ambos atrelados à versão Extreme. No pacote Hero, disponível apenas para a escolha da cor Cinza Oliver, e sem qualquer custo adicional, a Volkswagen Amarok sai de fábrica com santantônio em preto brilhante, assim como as maçanetas das portas e os logotipos traseiros.
A lista do pacote Hero comtempla também outros detalhes como capas dos parafusos das rodas e rodas de liga-leve de 20 polegadas escurecidas. Para o pacote Dark, disponível para as cinco cores, exceto Cinza Oliver, a Amarok traz detalhes em preto nos para-choques, emblemas traseiros e maçanetas. A repetição acontece para capas de parafusos e rodas de liga-leve 20 polegadas escurecidas.
O motor 3.0 V6 que garante a Amarok como a picape turbodiesel mais potente do mercado manteve os mesmos 258 cv de potência e 59,1 kgfm de torque no modelo 2025, associado à transmissão automática de oito velocidades. Lembrando que essa motorização chega a 272 cv com outros 14 cv vindos do overboost disponível entre 50 e 120 km/h por até 10 segundos com o acelerador pressionado acima de 70% da sua capacidade. Foram feitas atualizações no motor apenas para evitar problemas relacionados ao diesel, nas bombas e nos alertas sobre água no combustível.

Teste
Andamos durante uma semana na versão topo da Amarok, a Extreme , vendida por R$ 351mil. Depois da adoção do motor 3.0 V6, a picape da Volkswagen sempre deixou boa impressão no quesito desempenho, ponto de destaque junto com seu amplo espaço interno. Desta vez não diferente na avaliação que fizemos na Amarok 2025. O detalhe é que com a recalibração do motor visando atender as normas de emissões Proconve L8, ele parece ter ficado mais manso nas arrancadas. Isso não tira o brilho do maior trunfo da picape V6 da Volkswagen, que continua tão rápida e prazerosa de dirigir quanto um carro de passeio.
Ter bom desempenho não significa ser gastadeira. É o caso da Volkswagen Amarok 3.0 V6, que acelera de 0 a 100 km/h em apenas 8 segundos. Sua performance leva a um consumo dentro da média de uma picape do seu porte e motorização. Na cidade, durante o teste, a Amarok Extreme 2025 registou 8,2 km/l na cidade e 11,6 km/l no rodoviário.
O modelo 2025 ficou maior em relação a antecessora apenas no comprimento, medindo 5,35 metros, e isso por conta do novo desenho do para-choque. Na largura mede 1,95 metro, na altura 1,85 metro e no entre-eixos mede 3,10 metros. A caçamba de 1.280 litros tem capacidade de carga de 1.104 kg. A Amarok agrada em muitos aspectos, como no espaço interno, desempenho e consumo, e quando corrigir pequenas falhas na oferta de mais tecnologia e comodidade, vai ocupar espaço entre as favoritas dos consumidores. A nova picape da VW deve dar esse salto.

Volkswagen Amarok 2025 – Versões, Preços e equipamentos
Comfortline (R$ 309.990): seis airbags (frontais, laterais e cortina), rodas de 17 polegadas, câmera de ré, saídas USB para recarga de celulares, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, central multimídia com tela de 9 polegadas (com pareamento de smartphones);
Highline (R$ 328.990): itens da Comfortline + rodas de 19 polegadas, ar-condicionado de duas zonas, assistente de condução passiva Safer Tag, bancos parcialmente de couro, faixa de luz de LED na grade frontal, indicador de perda de pressão dos pneus, para-choque traseiro cromado, retrovisores rebatíveis eletricamente, paddle-shifters para trocas de marcha;
Extreme (R$ 350.990): itens da Highline + rodas de 20 polegadas, adesivo lateral, capa dos pedais esportivas, capa dos retrovisores pretas, estribos laterais, santantônio com logotipo Extreme.
Opcionais – Amarok V6 Comfortline
Capota Marítima e estribo lateral
Safer Tag (Assistente de condução passiva)
Opcionais – Amarok V6 Highline
Capota Marítima e estribo lateral
Opcionais – Amarok V6 Extreme
Capota Marítima
Pacote Dark

Volkswagen Amarok Extreme V6 2025 – Ficha técnica
Motor: dianteiro, longitudinal, 6 cilindros em V, 24 válvulas, 2.967 cm3, duplo comando variável em cada bancada, turbo, diesel
Potência e torque: 258 cv de 3.250 a 4.000 rpm; 59,1 kgfm de 1.400 a 3.000 rpm
Transmissão: automático de 8 marchas, tração integral automática
Direção: hidráulica, 12,9 m (diâmetro de giro)
Suspensão: independente de braço duplo na dianteira e traseira eixo rígido com feixe de molas
Rodas: 20″ com pneus 255/60
Freios: disco ventilado na dianteira e traseira
Medidas: Comprimento (5,35 metros); Largura (1,95 metro); Altura (1,85 metro) e Entre-eixos (3,10 metros)
Peso: 2.191 kg em ordem de marcha
Capacidade de carga: 1.104 kg
Caçamba: 1.280 litros
Tanque: 80 litros
Aceleração: 0 a 60 km/h: 3,7 s; 0 a 80 km/h: 5,5 s; 0 a 100 km/h: 7,9 s
Retomada: 40 a 100 km/h (em D): 5,6 s; 80 a 120 km/h (em D): 5,3 s
Consumo oficial: cidade: 8,3 km/l; estrada: 11,4 km/l















































