Venezuelano apontado como líder de facção foge após colocar tornozeleira em outro homem em RR
DM Online
Publicado em 26 de maio de 2025 às 17:30 | Atualizado há 2 dias
Um venezuelano apontado como um dos líderes de uma facção de tráfico de ouro está foragido após ter colocado a tornozeleira eletrônica que usava em um homem que se passava por ele em Boa Vista (RR).
A fuga do suspeito só teria sido constatada no último dia 10, cerca de um mês após ter sua extradição determinada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Na ocasião, uma equipe responsável pela manutenção do aparelho faria uma troca do equipamento, quando identificou que o homem que cumpria prisão domiciliar não era Juan Gabriel Rivas Nunez.
De acordo com a Secretaria de Justiça e Cidadania de Roraima, após identificar a fuga, a equipe de fiscalização da central de monitoramento acionou a divisão de captura.
Antes da chegada dos policiais, a pessoa que se passava pelo suspeito cortou o dispositivo e fugiu. A pasta informou que tenta capturar Nunez e o outro homem, que foi identificado, mas não teve a identidade divulgada.
“Além disso, o caso está sendo apurado com a empresa responsável pelo fornecimento de equipamentos de monitoração, para averiguação de eventual falha no dispositivo”, diz a pasta, em nota.
De acordo com as autoridades venezuelanas, ele é suspeito de ter extraído com terceiros, sem autorização, cerca de cem quilos de ouro, com valor aproximado de US$ 6 milhões (R$ 34,15 milhões) e transportado a mercadoria pela fronteira brasileira em Roraima em maio de 2018.
A prisão preventiva foi decretada em dezembro de 2022 e ele foi detido em novembro de 2023. No mês seguinte, ele passou a cumprir prisão domiciliar por ordem do ministro Kassio Nunes Marques, do STF.
Em abril deste ano, Nunes Marques determinou sua extradição para a Venezuela, em decisão que foi acompanhada pelos outros quatro ministros da Segunda Turma da corte.
Ele é suspeito de crime correspondente ao de usurpação do patrimônio da União. No Brasil a pena máxima é de cinco anos de detenção.
Procurado pela Folha de S.Paulo, um dos advogados que o defendeu no julgamento no STF não se manifestou até a publicação deste texto.
No processo, a defesa pediu a revogação da extradição com o argumento de o suspeito não constar mais na lista vermelha da Interpol, de ser réu primário, possuir residência fixa e ter uma filha brasileira dele dependente.