Ataque contra ato pela libertação de reféns israelenses fere 8 nos EUA
DM Online
Publicado em 2 de junho de 2025 às 14:50 | Atualizado há 4 dias
Um homem feriu oito pessoas neste domingo (1º) ao usar um lança-chamas improvisado para atacar um grupo de pessoas que marchava em Boulder, no Colorado, para pedir a libertação dos reféns israelenses presos na Faixa de Gaza.
Segundo a polícia dessa cidade de pouco mais de 100 mil habitantes no oeste dos Estados Unidos, as vítimas são quatro mulheres e quatro homens com idades entre 52 e 88 anos, dos quais pelo menos um estava em estado crítico. O suspeito foi identificado como Mohamed Soliman, um homem de 45 anos que também ficou ferido e foi levado ao hospital após o ataque.
O ataque ocorreu durante o “Run for Their Lives”, um encontro semanal pacífico da comunidade judaica em apoio aos reféns tomados durante o ataque terrorista do Hamas contra Israel, em outubro de 2023, que desencadeou a guerra.
O site oficial do movimento afirma que o foco do protesto “não está em ‘como'” recuperar os sequestrados, ou seja, “pressão de líderes mundiais ou pressão militar”. “Estamos focados apenas no ‘o quê’: fazer todo o possível para trazê-los de volta”, diz a iniciativa.
Questionado sobre as motivações do atentado, o chefe da polícia local, Steve Redfearn, afirmou que era “muito cedo para especular sobre o motivo”. O FBI, por outro lado, afirmou imediatamente que estava investigando o caso como um “ato de terrorismo”.
“As testemunhas informam que o sujeito usou um lança-chamas improvisado e lançou um artefato incendiário contra a multidão”, afirmou Mark Michalek, agente especial da polícia federal americana responsável pela região do incidente. “Também ouviram o ‘suspeito gritar: ‘Palestina livre!'”
O diretor do FBI, Kash Patel, também qualificou o incidente como um “ataque terrorista direcionado”, enquanto o procurador-geral do Colorado, Phil Weiser, falou em “crime de ódio”.
O incidente ocorre em meio a tensões elevadas nos EUA em relação à guerra na Faixa de Gaza. O conflito aumentou casos de antissemitismo e levou parte dos movimentos pró-Israel a rotularem qualquer ato pela causa palestina de antissemita. O governo de Donald Trump, por exemplo, usou essa justificativa para deter manifestantes sem acusação e cortar o financiamento de universidades de elite dos EUA.
Em uma postagem na rede social X, o vice-chefe de gabinete de Trump, Stephen Miller, disse que o suspeito havia excedido o prazo de seu visto mais uma evidência, afirmou, da necessidade de “reverter completamente” o que descreveu como “migração suicida”.
A agência de notícias Reuters não conseguiu verificar independentemente o status de migração do suspeito. Quando questionado, o Departamento de Segurança Interna disse que mais informações seriam fornecidas conforme ficassem disponíveis.
Brooke Coffman, uma estudante de 19 anos da Universidade do Colorado que testemunhou o incidente, disse à Reuters que viu quatro mulheres deitadas ou sentadas no chão com queimaduras nas pernas. Uma delas parecia ter sido gravemente queimada na maior parte do corpo e havia sido envolvida em uma bandeira por alguém, disse ela.
Ela descreveu ter visto um homem, que presumiu ser o agressor, em pé e sem camisa segurando uma garrafa de vidro com um líquido transparente.
O líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, um democrata judeu, condenou o ataque. “Isso é horrível e não pode continuar. Devemos nos posicionar contra o antissemitismo”, disse ele no X. O governador do Colorado, o também democrata Jared Polis, publicou nas redes sociais que era “incompreensível que a comunidade judaica estivesse enfrentando outro ataque terrorista em Boulder”.
No mês passado, um homem nascido em Chicago abriu fogo contra um grupo de pessoas que saía de um evento em Washington organizado pelo Comitê Judaico Americano, um grupo de defesa que combate o antissemitismo e apoia Israel, em Washington. O atentado matou dois funcionários da embaixada israelense nos EUA.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse em um comunicado que as vítimas foram atacadas “simplesmente por serem judias” e que confiava que as autoridades americanas julgariam o agressor “com todo o rigor da lei”. “Os ataques antissemitas em todo o mundo são resultado direto de calúnias de sangue contra o Estado e o povo judeu, e isso deve ser interrompido”, disse ele.