Brasil

STF retoma julgamento sobre responsabilidade de redes sociais por conteúdo dos usuários

Redação DM

Publicado em 4 de junho de 2025 às 13:27 | Atualizado há 2 dias

O Supremo Tribunal Federal, STF, reiniciou, nesta quarta-feira (4), uma discussão fundamental sobre a responsabilidade das redes sociais pelos conteúdos gerados por seus usuários. O julgamento, que estava suspenso desde dezembro do ano passado, promete trazer novos desdobramentos sobre como as plataformas lidam com postagens consideradas ilegais.

O foco da Corte é a análise do Artigo 19 do Marco Civil da Internet, que determina que as plataformas só podem ser responsabilizadas por conteúdos se não tomarem providências após uma ordem judicial. Essa interpretação tem gerado controvérsias, especialmente em um contexto de crescente preocupação com a disseminação de informações prejudiciais.

Nesta sessão, o ministro André Mendonça será o primeiro a manifestar sua posição, após a devolução do processo para julgamento. As expectativas são altas, considerando que a decisão poderá impactar não apenas a forma como as redes sociais operam, mas também a proteção da liberdade de expressão no Brasil.

Até agora, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, já apresentou sua posição, defendendo a responsabilização parcial das plataformas em casos de conteúdos como pornografia infantil e incitação à violência. Para Barroso, a remoção deve ocorrer após notificação, mas a responsabilização em outros casos, como ofensas pessoais, deve seguir o processo judicial convencional.

Os ministros Dias Toffoli e Luiz Fux têm uma visão mais ampla, sugerindo que as plataformas devem agir de forma mais proativa na remoção de conteúdos prejudiciais, o que levanta questões sobre o equilíbrio entre a liberdade de expressão e a segurança online.

O que está em jogo não é apenas a operação das redes sociais, mas também a forma como a sociedade brasileira se relaciona com a informação na era digital. Em um momento em que discursos de ódio e desinformação proliferam, a decisão do STF pode definir novas diretrizes para a atuação das plataformas e a proteção dos usuários.


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