Zema diz que ditadura é “questão de interpretação” e defende modelo linha-dura de El Salvador
Redação DM
Publicado em 5 de junho de 2025 às 11:42 | Atualizado há 2 dias
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), voltou a ser alvo de críticas após afirmar que a existência de uma ditadura no Brasil é “uma questão de interpretação”. A declaração foi dada durante entrevista recente e gerou repercussão em meio ao debate nacional sobre a memória do regime militar.
A fala ocorre em um momento de tensão política, marcado pela rediscussão sobre violações de direitos humanos cometidas entre 1964 e 1985. Para Zema, a forma como o período é encarado depende da perspectiva de quem o vivenciou. “Para alguns foi ditadura, para outros, não”, disse o governador.
Zema já se posicionou publicamente em defesa de pautas conservadoras. Desta vez, além de minimizar os abusos cometidos durante o regime militar, ele elogiou a política de segurança do presidente de El Salvador, Nayib Bukele, que vem sendo criticada por organismos internacionais pelos métodos considerados autoritários.
O governador afirmou que o Brasil deveria considerar o modelo salvadorenho como referência no combate à criminalidade. “Lá, os índices de violência caíram drasticamente. É uma abordagem que pode servir de exemplo”, comentou.
As declarações de Zema foram recebidas com críticas por entidades de direitos humanos e por adversários políticos, que o acusam de tentar reescrever a história e promover soluções autoritárias para problemas complexos da segurança pública.
No campo político, a fala também reacende a polarização sobre a forma como o país deve lidar com o legado da ditadura. Para especialistas, relativizar o período pode abrir espaço para o enfraquecimento de valores democráticos e o revisionismo histórico.
Zema ainda não comentou a repercussão negativa das declarações.