Cidades

Adolescente com câncer é vítima de bullying em escola pública de Luziânia

Redação DM

Publicado em 5 de junho de 2025 às 21:39 | Atualizado há 1 dia

Uma adolescente de 14 anos, aluna do 9º ano da Escola Estadual Osfaya, em Luziânia (GO), está enfrentando episódios recorrentes de bullying desde que iniciou o tratamento contra um câncer ósseo. Após a amputação de uma das pernas e o início da quimioterapia, a estudante passou a ser alvo de insultos cruéis por parte de duas colegas de classe.

A jovem, diagnosticada com osteossarcoma, utiliza uma prótese e perdeu os cabelos devido ao tratamento. Segundo relatos da vítima e da família, as agressoras fazem comentários como “manca”, “pneu careca” e “lá vem a desgraça”. A situação ficou insustentável após a divulgação de vídeos em redes sociais, nos quais é possível ver a adolescente sendo humilhada na escola.

“Ela chega em casa chorando, não consegue dormir, está com medo de voltar para a escola. Minha filha está sofrendo”, relatou a mãe da estudante, que procurou ajuda psicológica no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do município.

Diante da gravidade do caso, um boletim de ocorrência foi registrado, e a Polícia Civil de Goiás instaurou inquérito na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). O Conselho Tutelar também acompanha a situação.

A direção da escola afirma que só tomou conhecimento do bullying após o vídeo se espalhar nas redes. Em nota, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc-GO) informou que uma equipe multidisciplinar do programa “Ouvir e Acolher” foi mobilizada para investigar o ocorrido e prestar apoio psicológico e pedagógico à vítima. Também estão sendo providenciadas ações educativas com os demais alunos da unidade.

“O ambiente escolar deve ser um espaço de acolhimento, respeito e aprendizado. Estamos atuando com rigor para garantir a segurança da estudante e a responsabilização dos envolvidos”, declarou a Seduc.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), crianças e adolescentes em tratamento oncológico frequentemente enfrentam discriminação e preconceito no ambiente escolar, o que pode agravar ainda mais o sofrimento emocional.

Especialistas defendem que o combate ao bullying exige ações estruturadas, como rodas de conversa sobre empatia, campanhas educativas e suporte contínuo às vítimas. A adolescente de Luziânia continua sendo acompanhada por profissionais de saúde e pela equipe pedagógica da escola, que busca garantir sua permanência no ambiente escolar de forma segura.


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