Trump volta do G7 mais cedo para os EUA devido a agravamento da guerra Israel-Irã
Redação Diário da Manhã
Publicado em 17 de junho de 2025 às 07:53 | Atualizado há 11 horas
Julia Chaib – Folha Press
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu antecipar a volta do Canadá, onde participava da cúpula do G7, para Washington devido ao agravamento do conflito entre Israel e Irã no Oriente Médio. “O presidente Trump teve um ótimo dia na cúpula do G7, chegando até a assinar um importante acordo comercial com o Reino Unido e o primeiro-ministro Keir Starmer. Muitas coisas foram realizadas, mas, devido à situação no Oriente Médio, o presidente Trump partirá esta noite após o jantar com os chefes de Estado”, informou a secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt.
Pouco antes, o americano havia escrito em sua rede social que Teerã, a capital do Irã, deveria ser evacuada imediatamente. “O IRÃ NÃO PODE TER UMA ARMA NUCLEAR. Eu disse isso várias vezes!, escreveu, com as maiúsculas de praxe, na rede Truth Social.
Os EUA também anunciaram nesta segunda o envio de mais um porta-aviões ao Oriente Médio, o que dá um sinal mais significativo de seu envolvimento na guerra corrente. Segundo a emissora Fox News, Trump solicitou que o Conselho de Segurança Nacional esteja preparado na Sala de Situação, o ambiente na Casa Branca para comando de crises.
A previsão era de que Trump permanecesse até esta terça-feira (17) no Canadá e participasse da reunião expandida do G7, grupo das principais economias do mundo, com outros países convidados. O presidente americano inclusive daria entrevista coletiva a jornalistas na noite de terça.
Trump teve reuniões com os premiês do Canadá, Mark Carney, da Alemanha, Friedrich Merz, e do Reino Unido, Keir Starmer. Ele também teve um encontro com a comissária da União Europeia. O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que Trump fez uma oferta de cessar-fogo entre Israel e Irã. “Há, de fato, uma oferta para se reunir e dialogar. Uma proposta foi feita especialmente para obter um cessar-fogo e, em seguida, dar início a discussões mais amplas. “Agora precisamos ver se as partes vão aderir.”
Mais cedo, os países que compõem o G7 prepararam um rascunho de uma declaração conjunta pedindo a desescalada na guerra entre Israel e Irã. Segundo informações da agência de notícias Reuters, Trump não endossou o documento -o que, na prática, inviabilizaria a efetividade da declaração conjunta.
A prévia da declaração, vista pela agência, afirma que Israel tem o direito de se defender e inclui um compromisso dos países de proteger a estabilidade dos mercados, inclusive os de energia. A cúpula do G7 ocorre nesta semana em Kananaskis, no Canadá, que sedia o evento. Além do anfitrião e dos EUA, são membros do grupo o Reino Unido, a França, a Alemanha, a Itália e o Japão. A União Europeia também faz parte.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi convidado a participar da reunião expandida do grupo, que será nesta terça. O brasileiro deve desembarcar na noite desta segunda em Calgary. Lula aceitou uma reunião bilateral com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski. O horário da reunião ainda não está fechado. Ele também se reunirá com o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney.
Também nesta segunda, os países-membros tiveram uma série de reuniões fechadas, que ocorrem durante o conflito no Oriente Médio e à dificuldade de Trump em conseguir o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia, o que ele havia prometido fazer. Também fazem parte das discussões as tensões comerciais com as demais nações.
Trump reuniu-se na manhã desta segunda com Carney. Ao lado do premiê canadense, criticou a ausência da Rússia no grupo. “Foi um grande erro. Obama não o queria [em referência a Vladimir Putin].” A Rússia fez parte do G7 (que virou G8) de 1998 a 2014, quando foi excluída por ter anexado a Crimeia, então território da Ucrânia.