Lula defende Mercosul e Milei critica bloco em cúpula na Argentina
Redação Online
Publicado em 3 de julho de 2025 às 15:00 | Atualizado há 16 horas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em 3 de julho de 2025 que estar no Mercosul “protege” os países que integram o bloco, destacando que a tarifa externa comum blinda os membros de guerras comerciais e que a robustez institucional credencia o bloco perante o mundo como parceiro confiável. Lula ressaltou que toda a América do Sul se tornou uma área de livre comércio baseada em regras claras e equilibradas.
Em contrapartida, o presidente argentino Javier Milei criticou a burocracia do Mercosul e afirmou que o bloco impõe restrições aos países membros, que estariam submetidos a uma “cortina de ferro”. Segundo Milei, a ação comercial conjunta do Mercosul acabou prejudicando a maioria dos cidadãos em benefício de alguns setores, excluindo os países do comércio e da competição globais e resultando em bens e serviços piores e mais caros para a população.
Há divergências entre os países do Mercosul sobre a possibilidade de firmar acordos comerciais fora do bloco. Milei defende que o Mercosul adote medidas de liberdade comercial ou flexibilize suas regras caso isso não ocorra.
Durante a cúpula do Mercosul em Buenos Aires, Lula recebeu de Milei o comando do bloco pelos próximos seis meses, conforme o revezamento semestral previsto no Mercosul, que é formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, com a Bolívia em processo final de adesão.
Além disso, Lula destacou a prioridade de fortalecer o comércio dentro do Mercosul e com parceiros externos, incluindo negociações para acordos de livre comércio com União Europeia, EFTA, Canadá, Emirados Árabes, Panamá e República Dominicana, além de atualizar acordos com Colômbia e Equador. Ele também enfatizou a importância do Mercosul se voltar para a Ásia, considerando o dinamismo econômico da região.
Por fim, apesar da visita oficial de Lula à Argentina, não houve reunião bilateral agendada entre ele e Milei, mantendo uma relação pragmática entre Brasil e Argentina apesar das divergências ideológicas e críticas mútuas.