Implante contraceptivo de alta eficácia será incorporado ao SUS
Redação Diário da Manhã
Publicado em 3 de julho de 2025 às 22:00 | Atualizado há 14 horas
O Ministério da Saúde anunciou que o Sistema Único de Saúde (SUS) passará a oferecer o implante subdérmico contraceptivo Implanon, que libera o hormônio etonogestrel. Este método se destaca por sua longa duração podendo agir por até três anos e elevada eficácia na prevenção de gestações não planejadas.
De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o implante é significativamente mais eficaz do que outros métodos contraceptivos disponíveis atualmente. A decisão, tomada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) a pedido do ministério, será seguida por uma ampla orientação às equipes de saúde para que o dispositivo comece a ser utilizado já no segundo semestre deste ano nas Unidades Básicas de Saúde em todo o país.
Até 2026, o governo pretende distribuir cerca de 1,8 milhão de implantes, sendo 500 mil ainda em 2025, com investimento estimado em aproximadamente R$ 245 milhões. No mercado privado, o custo do Implanon pode variar entre R$ 2 mil e R$ 4 mil, valor que será eliminado para as usuárias do SUS com essa incorporação.
Segundo Ana Luiza Caldas, secretária de Atenção Primária à Saúde, a inclusão do implante representa um avanço importante para o planejamento sexual e reprodutivo no Brasil, oferecendo uma nova alternativa para todas as pessoas que utilizam o SUS. Além de prevenir gravidezes não desejadas, o acesso facilitado a métodos contraceptivos contribui para a redução da mortalidade materna, alinhando-se às metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. O Ministério da Saúde tem como compromisso diminuir em 25% a mortalidade materna geral e em 50% entre mulheres negras até 2027.
Características do implante contraceptivo
O implante subdérmico é um pequeno bastão inserido sob a pele do braço por profissionais de saúde qualificados, que libera o hormônio etonogestrel de forma contínua, impedindo a ovulação e dificultando a passagem dos espermatozoides. Sua ação dura até três anos, sem necessidade de manutenção durante esse período. Após esse tempo, o implante deve ser removido, mas a fertilidade retorna rapidamente, e um novo implante pode ser colocado imediatamente, se desejado.
No SUS, além do Implanon, são oferecidos diversos métodos contraceptivos, como preservativos (externo e interno), DIU de cobre, pílulas anticoncepcionais, injetáveis hormonais, laqueadura tubária e vasectomia. Dentre esses, apenas o DIU de cobre e o implante são classificados como contraceptivos reversíveis de longa duração (LARC, na sigla em inglês), que apresentam maior eficácia por não dependerem do uso contínuo ou correto pela usuária. Vale destacar que somente os preservativos protegem contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Cronograma para disponibilização no SUS
Nos próximos dias, será publicada a portaria oficializando a incorporação do implante no SUS. Após essa publicação, o Ministério da Saúde terá até 180 dias para concluir a implementação, que inclui a atualização das diretrizes clínicas, aquisição e distribuição dos implantes, além da capacitação e habilitação dos profissionais de saúde para a inserção e remoção do dispositivo.
A Secretaria de Atenção Primária à Saúde será responsável por coordenar a implantação em todo o território nacional, com foco na formação teórica e prática das equipes que já atuam com planejamento familiar, garantindo que o novo método esteja disponível para as mulheres que desejam utilizá-lo.