Brasil

Líderes do PCC se enfrentam após denúncia de “caguetagem”

Redação Diário da Manhã

Publicado em 14 de julho de 2025 às 08:45 | Atualizado há 8 horas

Um racha no Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que surgiu nos presídios paulistas e possui atuação internacional. A disputa interna entre lideranças da organização tem impacto direto na segurança pública.

O principal conflito teve início após uma grave acusação de “caguetagem” (delação), considerada inaceitável no universo do crime organizado. Abel Pacheco, conhecido como Vida Loka, acusa Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola considerado o líder máximo do PCC de ter delatado Roberto Soriano, o “Tiriça”, outro nome de peso dentro da facção. A acusação se baseia em uma gravação de 2022, na qual Marcola sugere que Soriano estaria envolvido na morte de servidores penais federais.

Essa divergência veio a público durante o julgamento de Soriano, acusado de participação na execução do policial penal federal Alex Belarmino, em 2016. Soriano negou envolvimento, mas foi condenado a 23 anos e 5 meses de prisão. A defesa sustenta que não há provas suficientes e que as delações teriam sido manipuladas para incriminá-lo.

Inicialmente, Vida Loka e outros líderes, como Andinho, tentaram desacreditar a gravação, mas um laudo técnico confirmou sua autenticidade. Diante disso, Vida Loka teria decretado a exclusão de Marcola do mundo do crime. No entanto, essa decisão não foi amplamente aceita, já que boa parte dos integrantes do PCC que estão nas ruas ainda apoia Marcola.

O PCC sempre foi marcado por uma liderança unificada, ao contrário do cenário comum no Rio de Janeiro, onde facções se dividem com frequência por disputas territoriais. A estratégia do Ministério Público de São Paulo de manter as lideranças da facção em presídios federais visava justamente estimular divisões internas.

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