Internacional

Documentos não confirmam lista de clientes de Epstein e citam nome de Trump sem indícios de crime

Redação Online

Publicado em 26 de julho de 2025 às 06:30 | Atualizado há 18 horas

A suposta “lista de Epstein” voltou a repercutir com força após recentes divulgações feitas nos Estados Unidos. Apesar de especulações persistentes sobre a existência de um documento com nomes de figuras públicas que teriam se envolvido nos crimes cometidos por Jeffrey Epstein, as autoridades norte-americanas reafirmaram que não há provas da existência de uma lista com clientes ou cúmplices do financista.

Em julho de 2025, um memorando oficial do Departamento de Justiça dos Estados Unidos concluiu que não foi encontrada qualquer evidência confiável que sustentasse a teoria de que Epstein mantinha registros com o intuito de chantagear pessoas poderosas. Segundo a Procuradoria, os arquivos reunidos ao longo das investigações indicam movimentações, contatos e viagens, mas não há elementos suficientes para apontar responsabilidades criminais de terceiros além dos já processados.

A repercussão se intensificou após o jornal Wall Street Journal afirmar que o nome do ex-presidente Donald Trump constava em documentos do caso. A informação teria sido comunicada ao próprio Trump pela então procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, e pelo advogado Todd Blanche. Segundo a publicação, o nome do republicano teria sido mencionado diversas vezes ao longo dos autos.

A Casa Branca reagiu com veemência e classificou a reportagem como “fake news”, negando qualquer relação de Trump com atividades ilícitas associadas a Epstein. O ex-presidente, inclusive, moveu uma ação contra o jornal por difamação, alegando que a divulgação causou danos à sua imagem pública, especialmente em um momento decisivo de sua campanha.

Registros públicos mostram que Trump e Epstein se conheciam e participaram de eventos sociais nos anos 1990. Fotos e vídeos registraram ambos juntos em festas e ocasiões comemorativas, como no casamento de Trump com Marla Maples e em eventos da Victoria’s Secret. No entanto, até o momento não há nenhuma acusação formal contra Trump relacionada aos crimes de Epstein, tampouco elementos que o vinculem diretamente à rede de exploração sexual de menores.

A teoria de uma suposta “lista de Epstein”, com nomes de políticos, empresários, artistas e outras figuras proeminentes, é frequentemente alimentada por conteúdos de teor conspiratório e ganhou força entre apoiadores da extrema direita. Parte dessa narrativa responsabiliza supostos inimigos políticos ou instituições democráticas por um alegado encobrimento.

A conclusão oficial das autoridades norte-americanas indica, no entanto, que a maior parte das alegações envolvendo nomes de celebridades ou políticos são infundadas e não têm respaldo probatório nos documentos do caso. O Departamento de Justiça enfatizou que a simples menção do nome de alguém em e-mails, agendas ou registros de voo não representa, por si só, indício de crime.

A divulgação do conteúdo dos documentos sigilosos de Epstein vinha sendo aguardada com grande expectativa por grupos que exigem transparência e responsabilização. Porém, a ausência de evidências que confirmem a existência de uma lista de clientes envolvidos diretamente nas práticas criminosas de Epstein frustrou as expectativas de parte da opinião pública, especialmente entre setores que esperavam implicações judiciais contra figuras públicas.

Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

Impresso do dia