Endividamento atinge 4 em cada 10 brasileiros e impacta saúde mental, revela pesquisa

Uma pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) revelou que 39% dos brasileiros estão endividados. Mais do que comprometer o orçamento, o acúmulo de contas mexe com a saúde emocional. Entre os entrevistados, 77% relataram impactos diretos nas relações familiares, na qualidade de vida e no bem-estar mental. O número acende um alerta para a dimensão humana da crise financeira.

Mais de 60% das pessoas ouvidas admitiram uso frequente de crédito, principalmente por meio de cartões e empréstimos pessoais. O estudo também mostra que 55% compreendem pouco ou nada de educação financeira. Sem controle, a dívida cresce rapidamente. Um exemplo: uma fatura de R$ 1.000 no cartão pode saltar para quase R$ 1.600 após três meses de atraso.

A especialista Regiane Vieira defende que o primeiro passo é entender a origem do problema. A recomendação inclui listar despesas, avaliar receitas e, se necessário, buscar fontes alternativas de renda. “Planejamento e disciplina fazem a diferença”, afirmou. Em alguns casos, a saída pode exigir trabalhos extras ou revisão profunda no padrão de consumo.

Fabiana Zanelatto, vendedora, ilustra esse cenário. Com dívidas que ultrapassam em doze vezes sua renda, decidiu mudar. Conseguiu dois empregos, passou a vender doces e iniciou o controle rigoroso de gastos. “Agora pego as notinhas, anoto tudo. Se eu gastar um real, preciso saber onde foi parar”, relatou. O exemplo mostra que, mesmo diante de dificuldades, a organização ainda é uma ferramenta poderosa de superação.

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