Documento que previa prisão de ministros do STF foi criado pela inteligência do Exército, diz militar
Redação Online
Publicado em 28 de julho de 2025 às 16:36 | Atualizado há 18 horas
O tenente-coronel Hélio Ferreira Lima admitiu ao STF que o documento “Desenho Op Luneta” – que previa a prisão de ministros do Supremo, foi produzido pela inteligência da 6ª Divisão do Exército em Porto Alegre. O militar alegou que se tratava de um exercício hipotético para eventual fraude eleitoral em 2022, não de um plano operacional.
O texto, encontrado em pen drive do militar, propunha “neutralizar a capacidade de atuação do Min AM” (Alexandre de Moraes) e prender “juízes supremos considerados geradores de instabilidade”. Também previa gabinetes de crise e novas eleições. A PGR vê no documento indícios de planejamento golpista.
Ferreira Lima, integrante dos “kids pretos” (Forças Especiais), afirmou que cumpria protocolos de análise de cenários. “É amparado por normas legais”, disse, depois acrescentou que abandonou o projeto após ordem superior. Negou qualquer conexão com ações clandestinas, apesar de ter se reunido com Braga Netto após as eleições.
O tenente-coronel é réu no núcleo militar da investigação sobre tentativa de golpe. Nesta segunda (28/07), outros nove militares e um policial federal prestaram depoimento. As mensagens entre Ferreira Lima e Mauro Cid constam no inquérito como evidências de articulações antidemocráticas.
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