Cidade de Goiás 298 ANOS: A Capital da Resiliência

Por Garibaldi Rizzo

Cidades resilientes são aquelas que conseguem resistir, adaptar-se e recuperar-se de eventos adversos, como desastres naturais ou crises econômicas, preservando suas funções essenciais. A cidade de Goiás demonstra essa capacidade através de sua história e sua capacidade de manter viva sua identidade cultural e patrimônio, mesmo com a mudança da capital para Goiânia.

A Cidade de Goiás surgiu através da mineração do ouro, viveu seu apogeu como sede do Governo da Província durante o Império e como Capital do Estado no período da Velha República. Mas sofreu dois grandes baques: a queda da mineração e a transferência da Capital para Goiânia.

Tudo indicava que seria condenada a ser uma cidade fantasma e totalmente abandonada. Mas a história foi outra. Demorada mas aconteceu. Abnegados moradores abaixados pelas tradições como Elder Camargo, Antolinda Borges, Marlene Velasco e a grande poetiza Cora Coralina entre outros lutaram, cada um em seu espaço, e liderarão organizações e entidades sem fins lucrativos que servirão de esteio para a luta pela preservação deste patrimônio.

Entre estas entidades cito: OVAT, Instituto Frei Simão. Irmandade dos Passos, Casa de Cora, Instituto Biapó entre outros. A cidade de Goiás, reconhecida como Patrimônio Mundial pela UNESCO, recebe atenção especial para a preservação de seu patrimônio arquitetônico e cultural. Projetos de restauração de prédios históricos, como a Catedral de Sant’ana e o Hotel Vila Boa, entre outros, tem com o objetivo de preservar a memória e a identidade da cidade.

A cidade de Goiás, antiga capital do estado, passou por um processo de recuperação através de investimentos em infraestrutura, turismo e cultura.O Fica, festival de cinema e vídeo ambiental, tem sido um importante motor de desenvolvimento para a cidade, atraindo turistas e gerando renda. O festival também promove a conscientização ambiental e a valorização do patrimônio histórico e cultural da cidade, impulsionou o turismo e gerou renda.

Além disso, a cidade recebeu atenção especial para a preservação de seu patrimônio histórico e cultural, com projetos de revitalização e restauração de prédios históricos. Projetos de revitalização de áreas históricas, como o Arraial de Ouro Fino, Buenolândia, o Caminho de Cora, visam resgatar a história e a identidade da cidade. A luta de preservação ambiental, com foco na recuperação de nascentes e áreas degradadas, demonstra o compromisso com a sustentabilidade e a valorização dos recursos naturais da região.

Apesar de Goiânia ser a capital de Goiás e frequentemente associada à qualidade de vida e áreas verdes, a cidade de Goiás (também conhecida como Goiás Velho) é a “capital da resiliência” devido à sua história de adaptação e preservação. A cidade foi a capital do estado por mais de dois séculos e foi reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Mundial, destacando sua arquitetura barroca, tradições culturais e natureza exuberante.A Cidade além da atividade turística e cultural está se despontando como polo universitário, sediando vários cursos e instituições.

Goiânia, por sua vez, também está trabalhando em projetos de resiliência urbana, como o “Cidades Resilientes”, que visa discutir estratégias para enfrentar os impactos das mudanças climáticas. A cidade enfrenta desafios como secas intensa e enchentes, o que demonstra a necessidade de adaptação e planejamento para o futuro.Embora Goiânia esteja focada em projetos de resiliência urbana, a cidade de Goiás é a “capital da resiliência” no sentido histórico, por sua capacidade de preservar sua identidade e patrimônio ao longo do tempo.

Garibaldi Rizzo é arquiteto e urbanista, presidente em exercício do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas de Goiás.