Economia

Frutas brasileiras sob tarifa dos EUA: impactos e alternativas

DM Redação

Publicado em 31 de julho de 2025 às 13:38 | Atualizado há 1 dia

Incluindo manga, uva e açaí, que representam 90% das frutas exportadas para o país
Incluindo manga, uva e açaí, que representam 90% das frutas exportadas para o país

Os Estados Unidos anunciaram tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, incluindo manga, uva e açaí, que representam 90% das frutas exportadas para o país. Em 2023, o mercado americano absorveu 77 mil toneladas (US$ 148,3 milhões) do setor, equivalentes a 7% do volume total exportado. A Abrafrutas afirmou que busca medidas para mitigar os prejuízos e mantém diálogo com importadores e governo.

O primeiro semestre de 2024 registrou alta de 27,1% em volume e 12,5% em valor nas exportações de frutas frescas e processadas, totalizando US$ 583 milhões. Os destaques foram melão (118 mil t), limão (107 mil t), manga (88 mil t), melancia (74 mil t) e banana (44 mil t).

A manga, com 20% das exportações destinadas aos EUA nos últimos cinco anos, tem poucas alternativas de mercado. A variedade tommy, que inicia safra em agosto, enfrenta concorrência na Europa, já abastecida no período. Produtores avaliam até deixar a fruta apodrecer no pé para evitar prejuízos, mas especialistas consideram a medida inviável.

Thiago de Oliveira, do Ceagesp, destacou que os preços da manga no mercado nacional já caíram 30%. A logística para redirecionar a produção para a Ásia é cara e complexa, segundo Lucas Bezerra, do Cepea. Paulo Feldmann, da FIA, acredita que o governo deve intervir com incentivos para evitar perdas.

Especialistas projetam que os efeitos da tarifa serão temporários. Tatiana Migiyama, da Fipecafi, prevê desinflação pontual no curto prazo, enquanto João Eloi Olenike, do IBPT, destaca que preços mais acessíveis dependem do redirecionamento efetivo da produção.

Foto: Aripai Leangphet / Shutterstock

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