Vacina de mRNA contra HIV avança com resultados animadores em testes iniciais
DM Redação
Publicado em 1 de agosto de 2025 às 14:46 | Atualizado há 17 horas
Uma vacina experimental contra o HIV, baseada na tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), demonstrou resultados promissores em testes iniciais. Publicado na revista Science, o estudo revelou que o imunizante estimulou a produção de anticorpos neutralizantes em 80% dos voluntários. A abordagem é a mesma usada nas vacinas contra a Covid-19, o que acelerou o desenvolvimento.
Os pesquisadores testaram três formulações diferentes da vacina, cada uma com variantes da proteína do envelope do HIV. A versão “ancorada” à membrana celular se mostrou a mais eficaz, ativando células B (produtoras de anticorpos) e células T CD4+ (coordenadoras da defesa imunológica). A resposta durou seis meses, mas ainda não abrange todas as variantes do vírus.
O estudo incluiu 108 adultos saudáveis, divididos em grupos que receberam diferentes combinações de doses. Embora a maioria tenha tolerado bem o imunizante, 6,5% apresentaram urticária, uma taxa superior à observada nas vacinas de mRNA contra a Covid. Nenhum efeito grave foi registrado, mas os cientistas investigam as causas das reações antes de avançar para fases mais amplas.
O HIV é um alvo complexo devido à sua capacidade de se esconder em estado de latência e evita a detecção pelo organismo. Atualmente, os antirretrovirais controlam a infecção, mas não eliminam o vírus por completo. Além da vacina preventiva, cientistas exploram o mRNA para “acordar” o HIV dormente, isso permite que medicamentos existentes o combatam com mais eficácia.
Enquanto a vacina não chega, métodos como o lenacapavir, um fármaco injetável a cada seis meses, surgem como opções inovadoras. Profilaxias pré e pós-exposição (PrEP e PEP) e o uso de preservativos seguem como medidas essenciais para frear a transmissão, que ainda afeta 40 milhões de pessoas globalmente.
Foto: Freep!k