Política

Lula não avança após embate com Trump e mantém reprovação de 40%, diz Datafolha

DM Redação

Publicado em 2 de agosto de 2025 às 19:04 | Atualizado há 16 horas

O embate entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump não alterou a percepção imediata da população sobre o governo brasileiro
O embate entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump não alterou a percepção imediata da população sobre o governo brasileiro

O embate entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump não alterou a percepção imediata da população sobre o governo brasileiro. Segundo pesquisa Datafolha, 40% dos entrevistados reprovam a gestão petista, enquanto 29% a consideram ótima ou boa. Os dados refletem estabilidade em relação ao levantamento anterior.

A equipe de Lula esperava que o discurso nacionalista adotado após as sanções americanas impulsionasse sua imagem. Apesar de slogans patrióticos e campanhas nas redes sociais, a aprovação do presidente não apresentou evolução significativa, frustrando as projeções de ganho imediato.

Trump aplicou tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, justificando a medida como resposta à suposta perseguição contra Jair Bolsonaro. O republicano chegou a sugerir que a suspensão dos julgamentos contra o ex-presidente poderia influenciar na revisão das taxas, aumentando a pressão sobre o governo Lula.

O Planalto reagiu com uma estratégia de comunicação intensiva, explorando símbolos nacionalistas como o boné com a frase “O Brasil é dos Brasileiros” e disseminando campanhas nas redes sociais. Mesmo elogiada por analistas políticos, a ofensiva digital não impactou as pesquisas de opinião.

O Datafolha mostra que a reprovação de Lula, hoje em 40%, ainda se mantém abaixo dos índices registrados por Bolsonaro em momento similar de mandato, quando oscilavam entre 51% e 53%. Ainda assim, os dados indicam que o desgaste de imagem não foi revertido pelo episódio do tarifaço.

Fatores econômicos como o controle da inflação, a estabilidade do emprego e a gestão da crise do INSS ajudaram a conter uma possível piora na imagem do governo. Entretanto, setores como a classe média baixa, os mais ricos, evangélicos e moradores do Sul concentram as maiores taxas de reprovação.

Os números mostram uma cristalização das opiniões: Lula mantém aprovação expressiva entre nordestinos e eleitores com menor escolaridade, enquanto enfrenta forte rejeição nos segmentos mais ligados ao bolsonarismo. A expectativa de que o embate com Trump traria dividendos políticos imediatos se mostrou ilusória.

Fotos: Ricardo Stuckert/Presidência da República | Getty Images

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